Professores vacinados recusam-se a assinar declaração autoritária do Governo do Estado

Desde o último sábado (29), foi iniciado o processo de vacinação de profissionais da educação contra a Covid-19. Mas em muitas cidades do Ceará a imunização acontece em meio a uma grande controvérsia causada pelo Governo do Ceará. A gestão estadual condicionou a concessão do imunizante aos trabalhadores à assinatura de documento em que assumem o compromisso do retorno às aulas presenciais no segundo semestre de 2021. Revoltados com situação, avaliada como “assédio” e “chantagem”, professores e demais carreiras da área têm se recusado a consignar o documento.

Foi o que aconteceu, por exemplo, em Monsenhor Tabosa e Fortaleza. De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Monsenhor Tabosa, além de não compactuar com o termo governamental, a categoria chegou a apresentar uma nova versão da declaração, em que não há a parte do texto que trata do retorno impositivo às unidades de ensino. Já na Capital, Ana Cristina Guilherme, presidenta do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), explica que “os professores estão indo, muitos não estão assinando e estão se vacinando. Aqueles que são forçados a assinar declaram textualmente que estão sendo coagidos”.

Sindicatos devem negociar não aplicação da declaração nas cidades

A orientação da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce) é que os sindicatos municipais encaminhem documento à gestão local contra a aplicação da declaração, como fez o Sindicato Unificado dos Profissionais em Educação no Município de Maracanaú (Suprema). A entidade laboral oficiou a Secretaria de Educação e a Secretaria de Saúde de Maracanaú requerendo que o documento seja desconsiderado.

Ao mesmo tempo, a Fetamce recomenda que as organizações sindicais de base fomentem a vacinação da classe, que pode ser abalada pela demanda de assinatura do termo de compromisso. Enedina Soares, presidenta da Federação, declara que é papel hoje dos sindicatos levar a mensagem da vacinação total da categoria e deixar claro que o possível retorno às atividades presenciais não está só relacionado a vacina, mas a outros fatores de ordem sanitária.

“A vacinação é um direito e não podemos ceder à chantagem. Nós queremos que o Governo Camilo Santana recue aqui no estado e garanta a vacinação sem declaração. É um desrespeito com esses trabalhadores que há mais de um ano arcam com os custos do teletrabalho. Portanto, retorno quando o ambiente for seguro. Precisamos de escolas equipadas e em condições de acolher com segurança os filhos da classe trabalhadora, assim como é imprescindível a vacinação de toda a população”, destaca Enedina.


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