Para onde caminhamos?

Ailton Brasil
Diretor de Comunicação do Sindseq e Professor de História

Se analisarmos desde a conjuntura nacional até a situação municipal percebemos que vivemos uma situação onde se aplica aquele velho ditado popular: “estamos num mato sem cachorro”. Para onde correr? A quem recorrer?

Quem está como o povo brasileiro está na mão de nosso legislativo desde a Câmara Federal à Municipal não pode ver no horizonte melhores dias. É tudo ao contrário, quem deveria defender o povo das maldades do executivo na verdade está nas mãos dos mesmos.

No fim do túnel tinha uma luz, o Judiciário. Mas a luz do judiciário queima quando é pra iluminar o povo. Se não queima ofusca. Por outro lado, nosso judiciário atua de forma parcial, fazendo a justiça acontecer a determinadas classes políticas em detrimento de outras, e de forma geral se faz contra os menos favorecidos.

A justiça é cega, surda, muda e preconceituosa, não dá mais para esperar por ela. Eu fico pensando em como é que nós brasileiros, que somos milhões de brasileiros aceitamos a situação em que nos encontramos. Como é que uma classe tão reduzida na sociedade, isso juntando o Legislativo, Executivo e Judiciário determina a vida de tantos milhões de pessoas?

Olhando superficialmente não dá pra entender essa realidade. Assim de forma macro é impossível perceber como há em nossa realidade um sistema montado onde os poderes constituídos desde os altos escalões aos menores estão montados como uma engrenagem onde cada peça desenvolve seu papel de adormecer parcelas da população e evitar um levante popular como os que ocorreram em muitos casos mundo afora, isso nos séculos XVIII e XIX.

Hoje temos uma parafernalha enorme de tecnologias que nos colocam em constante articulação com grandes massas populares e no entanto, não conseguimos nos articular para enfrentar o poder constituído. As redes sociais, que é um instrumento em hipótese que nos levaria a uma articulação em massa parece que esfria o caldeirão de maldades postas contra a classe trabalhadora, fazendo-os em sua grande maioria se deter a questões fúteis, anestesiando a luta por nossos direitos.

Vivemos uma realidade do salve-se quem puder. Ainda persiste e vai persistir o velho costume das classes políticas do apadrinhamento de familiares e comparsas que em épocas eleitorais capitalizam votos para sustentar a realidade em que vivemos. A manutenção das classes políticas nas esferas do poder, as empresas que sugam grande parte dos recursos que deveriam ser investido na infraestrutura e na prestação de serviços públicos de qualidade, e por outro lado amargamos percas de dividendos na economia para sustentar uma corja de executivos, legislativos e judiciários famintos por dinheiro para engordar suas contas bancárias.

Faço uma pausa nessa reflexão fazendo uso das palavras do poeta Siba (Grupo Mestre Ambrósio). Em uma de suas músicas faz uma reflexão como se fosse Pedro Álvares Cabral em que diz: “O Brasil que eu descobri, queria cobrir de novo”.

É hora do povo brasileiro tomar posição a favor dele mesmo. Ao mesmo tempo reconheço nossas limitações. Mas toda caminhada começa pelo primeiro passo, e o primeiro tem ser dado agora. Ir pras ruas, manifestar nossa insatisfação, de forma simbólica ocupar as câmaras federais, estaduais e municipais. Tirar à força, puxando pela gravata seus ocupantes atuais e terminar esse ato nas eleições de 2018 e 2020. É uma caminhada difícil, leva tempo, mas ganharemos muito mais se tivermos coragem para isso.


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