Artigo: O trabalho que nos envergonha

Publicado no jornal O Povo desta terça-feira, artigo assinado pelo presidente da CUT-CE, Jerônimo do Nascimento, aborda a problemática do trabalho escravo.

O trabalho que nos envergonha


Na semana passada, eventos em vários estados do País comemoraram o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. No último dia 28 de janeiro, lembramos o assassinato de três auditores do trabalho – e o motorista que estava com eles – durante fiscalização na zona rural de Unaí (MG), em 2004. No Ceará, a Central Única dos Trabalhadores (CUT-CE) participou de debate no Sindicato dos Comerciários que discutiu a criação da Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae).


Apoiamos a iniciativa. A comissão é importante para tentarmos erradicar de vez essa prática. Último levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontou 294 infratores em todo o Brasil no fim do ano passado – 52 a mais do que a lista divulgada em março de 2011.


No Ceará, empresas ou pessoas que praticam esse crime em Parambu, São Gonçalo do Amarante, Paracuru e Ubajara constam no último levantamento. Precisamos cobrar fiscalização e punições severas por parte do Estado. É necessário denunciar e agir de forma veemente. O cidadão deve boicotar marcas que se utilizam do trabalho escravo na feitura de seus produtos.


Outro instrumento importante que devemos lutar pela sua aprovação é a PEC 438/2001, que aguarda votação em segundo turno no Plenário da Câmara desde 2004. A proposta, que prevê o confisco imediato de terras de escravagistas, já passou pelo Senado. As propriedades confiscadas seriam destinadas para reforma agrária e os donos não teriam direito a indenização. O mesmo já ocorre em terrenos com plantação de drogas.


Desde sua fundação, a CUT luta pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras deste País. É mais do que nossa obrigação acompanhar de perto e mobilizar a classe trabalhadora para que as leis sejam eficientes contra essa vergonhosa forma de exploração do ser humano. Não podemos mais aceitar que a sexta maior economia do planeta, em pleno século XXI, continue com práticas dos tempos do Brasil Colônia.

Jerônimo do Nacimento
Presidente da CUT-CE

Assessoria de Comunicação- FETAMCE
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Fonte: Fetamce


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