Fetamce repudia declaração do Ministro Guedes que comparou servidores a parasitas

A Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce) repudia declaração do ministro da Economia do Governo Bolsonaro, Paulo Guedes, que comparou servidores públicos a parasitas.

A entidade máxima dos servidores públicos municipais do Ceará se junta às demais organizações representantes de trabalhadores do funcionalismo da União, Estados e Municípios e reforça que, na verdade, “parasita é o sistema financeiro, protegido pelo ministro da Economia, que escraviza o povo brasileiro em benefício de meia dúzia de banqueiros”, como afirmou categoricamente o presidente do Sindilegis  (sindicato dos servidores da Câmara, Senado e Tribunal de Contas da União), Petrus Elesbão em nota.

Paulo Guedes deve ser denunciado. É preciso que o ministro responda por seus atos na Justiça e na Comissão de Ética da Presidência da República. Ao comparar servidores a parasitas, o ocupante de cargo público provisório cometeu crimes de calúnia, difamação e assédio.

Em documento publicado na internet, a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco Nacional) afirmou que “o assédio institucional que vem sendo praticado pelo sr. Paulo Guedes em relação aos servidores públicos já ultrapassa os limites legais e merece reação à altura”.

O fato é que o ministro usou dados questionáveis para se referir aos reajustes do serviço público. O aumento de 50% acima da inflação, citado por Guedes, é inverídico, visto que boa parte dos funcionários está com salário congelado desde 2017. A Fetamce entende que o bolsonarismo, um misto de neofascismo com neoliberalismo, distorce a realidade para jogar a população contra o funcionalismo, para colocar trabalhador contra trabalhador.

Para entender

Em defesa do projeto de emergência fiscal – uma medida que acaba com diversas garantias de servidores públicos – Guedes comparou servidores públicos a parasitas, que estão matando o hospedeiro (o governo) ao receberem reajustes automáticos enquanto estados estão quebrados.

“O governo está quebrado, gasta 90% da receita com salário e é obrigado a dar aumento”, argumentou o ministro, durante seminário sobre o Pacto Federativo, realizado nesta sexta-feira (7) pela Escola Brasileira de Economia e Finanças (FGV EPGE).

“O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, além de ter estabilidade na carreira e aposentadoria generosa. O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita”, disse, defendendo o fim dos reajustes automáticos.

A postura do ministro e do governo deixam claro que não há qualquer intenção de diálogo com o serviço público no que chamam de reforma administrativa. Para a Federação, fica evidente, portanto, uma profunda arrogância e desrespeito pelos trabalhadores desse país. A atual gestão da União está precarizando todas as relações de trabalho e tentando desmontar o Estado que existe para proteger o cidadão.

Outras manifestações

A FUP (Federação Única dos Petroleiros) afirmou que repudia as declarações e que Guedes ataca de forma injusta parcela da população que serve aos governos e suas autarquias. “O próprio ministro está cercado, convive diariamente e é servido pelo mesmo trabalhador público que agora anuncia desavergonhadamente repudiar como ‘parasita’”, afirmou em nota.

A Unafisco (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal) disse que falta elegância e patriotismo a Guedes. “O assédio institucional que vem sendo praticado pelo sr. Paulo Guedes em relação aos servidores públicos já ultrapassa os limites legais e merece reação à altura”, disse a entidade.

A associação que reúne dos procuradores do estado de São Paulo também divulgou nota em repúdio à manifestação do ministro.

“A Apesp lamenta a agressão verbal do Ministro, ressaltando que os servidores públicos do estado de São Paulo e do Brasil desempenham um trabalho de vital importância para a sociedade e ao funcionamento da administração pública.”

De acordo com o texto da Apesp (Associação dos Procuradores do Estado de São Paulo), os servidores públicos estão presentes na vida da população em áreas vitais como educação, saúde, justiça, segurança e transporte. “Se utilizasse ou necessitasse destes serviços, o ministro saberia certamente valorizá-los.”

“Dessa forma, a Apesp, não apenas refuta a pecha de ‘parasitas’ atribuída aos servidores públicos, como também convida o ministro a se informar melhor sobre a importância que os servidores públicos têm para o povo que mora no estado de São Paulo e no Brasil.”


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