Os servidores municipais aposentados de Ubajara, que continuam na ativa, amanheceram hoje (30) com uma desagradável surpresa. A Prefeitura não pagou os seus salários. Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos do Município, a gestão informou que esses trabalhadores entrariam em uma folha complementar de pagamento, uma vez que, conforme o Executivo, haveria muitos gastos com a folha de pagamento pessoal, o que implicaria infração da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Nadja Carneiro de Sousa, presidente do Sindicato, informou que, em dezembro, todos os servidores municipais que estavam aposentados receberam uma notificação de comparecimento à Prefeitura, para que levassem suas carteiras de trabalho. Em Ubajara, os servidores são celetistas e podem optar por continuar trabalhando, após tempo de contribuição.
“Sabemos que, quando chegassem lá com o documento, seriam dadas baixas em suas carteiras, exonerando-os. Orientamo-los a não levar a carteira; a trazer cópia da notificação ao Sindicato para que pudéssemos embasar o nosso requerimento ao setor Jurídico da Prefeitura”, disse Nadja.
Salário mínimo
Os cerca de 30 servidores aposentados atingidos por essa situação optaram por continuar trabalhando e recebendo a aposentadoria para ajudar na renda de casa.
Foi o caso de Maria Eliete Ribeiro, 54, professora municipal desde 1987 e aposentada desde junho do ano passado. Segundo ela, a aposentaria de 1 salário mínimo é insuficiente para arcar com as despesas. “Não dá para viver só com o mínimo. Só de faculdade da minha filha, eu pago R$ 900. Aposentei-me para complementar o pagamento da faculdade dela”, preocupa-se.
A presidente do SIndicato avisou que o SIndicato estará defendendo os trabalhadores em qualquer ocasião. “Lei não é para ser discutida, é para ser cumprida. Esse ato é uma grande irresponsabilidade do Executivo. Não vamos descansar enquanto não consigamos regularizar essas situação e as pessoas estejam lotadas em seus devidos locais”, ressalta Nadja.
Amanhã (31), será realizada uma assembleia extraordinária na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais com a categoria, a partir das 14h. De lá, os servidores irão para a Câmara Municipal, onde terão espaço para falar sobre a situação e cobrar posicionamento do Legislativo.
Fonte: Fetamce