Servidores de Tianguá enfrentam tentativa de alteração de regime jurídico de celetista para estatutário

Há quase dois meses, os servidores públicos do município de Tianguá, cidade da Serra da Ibiapaba, foram surpreendidos com a proposta da Prefeitura de alteração do regime jurídico dos empregados públicos do município. Com a proposição, os trabalhadores seriam retirados do regime “celetista”, cujos direitos são regulados pelas regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e inseridos no regime jurídico único, chamado de “estatutário”, posto que organizados em torno de um estatuto, com prerrogativas definidas não mais pela normativa Federal e sim por dispositivos criados pelo Executivo e Legislativo locais.

A mudança do ordenamento jurídico dos funcionários causaria, de imediato, a perda de direitos trabalhistas garantidos, próprios da CLT, como assinatura da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), acesso ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e demais benefícios previdenciários assegurados pelo INSS – Instituto Nacional do Seguro Social.

Diante desta situação, o Sindicato dos Servidores Públicos de Tianguá tem buscado diálogo com a Prefeitura e a Câmara, para evitar que as mudanças sejam implantadas sem a concordância dos trabalhadores. Entre os passos tomados pela entidade laboral, está a construção de estudos, realização de seminários, consulta a juristas especialistas em serviço público e a elaboração de uma consulta pública junto aos funcionários.

O Sindicato tem também denunciado, nas redes sociais, a dificuldade de diálogo, haja vista que, no último dia 2, os servidores foram impedidos de acompanhar reunião do Presidente da Câmara, Vereador Claudohelder, e a Gestão Municipal. O encontro debatia a questão do Regime Estatutário.

Campanha do sindicato municipal contra a mudança para o regime estatutário.

Outra problemática apontada pela representação classista está no fato da Administração de Tianguá condicionar a aplicação dos reajustes salariais de diversas categorias à aceitação da mudança de regime jurídico, o que pode ser encarado como uma chantagem política. Também há relatos de servidores públicos, com cargos comissionados, que são intimados a apoiar a mudança, causando conflitos dentro da classe, além de um grande grupo de trabalhadores que são assediados a concordar a alteração.

A Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce) tem acompanhado o caso e se colocou à disposição do sindicato local para o enfrentamento da problemática. Pairam dúvidas sobre as intenções políticas cerca da proposição da prefeitura, que criou um verdadeiro cavalho de batalha em torno da questão. “Estamos junto do sindicato e dos servidores de Tianguá. A nossa luta, sempre, é pela preservação de direitos e é preciso que os servidores tomem decisões baseados nos próprios interesses e não daqueles que detêm o poder”, reforça Enedina Soares, presidenta da Fetamce.


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