Um mês. Esse foi o período solicitado pela Administração municipal do Crato para estudar outra proposta de reajuste para os professores, logo após a greve da categoria, em abril. Com o fim do prazo, e sem sinalização de diálogo por parte do Executivo, no dia 13 deste mês, foi retomada a greve no Município.
Nas negociações para a paralisação do movimento, há dois meses, o Executivo propôs cumprir o reajuste salarial estimado pelo MEC para a categoria, que era de 7,97% até então. No entanto, no dia 24 de abril, a portaria nº 344 do MEC alterou o valor-aluno (que serve como cálculo de reajuste salarial) passando de 7,97% para 16,8%. A categoria, então, cobrou da Prefeitura os 8,83% restantes para que o reajuste proposto pelo Ministério da Educação fosse, de fato, cumprido.
Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Crato, no dia 30 de abril, a União repassou ao Fundeb, administrado pelo Município, R$ 1.641 milhões, recursos referentes a 2012 e que poderiam ser utilizados para o pagamento dos servidores.
Júnior Matos, presidente Sindicato, acrescenta outras reivindicações da categoria. “Buscamos a implementação da carreira, para que seja concedida a gratificação de progressão (3% em cima do salário-base) que a Prefeitura deve desde 2008”, afirma.
Ilegalidade
Denúncias sérias foram realizadas. Relatos apontam que professores em greve estariam sendo substituídos por outras pessoas, não importando a sua formação profissional. A denúncia ficou de ser apurada. Para Júnior, caso seja comprovada, tal atitude é inconcebível. “É como se um leigo pegasse o receituário de um médico e passasse a receita ao paciente. Isto é um crime. Só quem pode dar a nota do aluno é um professor que passou o semestre todo com ele”, ressalta.
A presidente da Fetamce, Enedina Soares, questionou o fato Prefeitura não abrir diálogo para negociar reajuste para os professores efetivos e não abrir mão, no entanto, de pagar as pessoas que estão substituindo os grevistas.
“Se não tiver como pagar, que ele (prefeito) abra as contas e diga o que tem feito com o dinheiro que o Fundo recebeu em abril”, disse Júnior.
No dia 22 de junho, professores do Crato e Juazeiro do Norte realizam uma marcha em defesa de seus direitos.
Fonte: Fetamce