A reforma que pretende eliminar direitos da Previdência dos trabalhadores deve ser aprovada até o final deste ano e passa a ter efeitos já em 2017, afirmou nesta quinta-feira (2) o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, acrescentando que o governo do presidente ilegítimo Michel Temer planeja ainda mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
O governo ainda não tem, segundo o ministro, um proposta pronta de reforma trabalhista, mas essa será a prioridade depois de pronto o plano de reforma da Previdência, e a intenção é mexer na CLT.
“Se a Constituição é mudada aqui da forma que muda, por que não pode mudar a CLT?”, defendeu o ministro, em entrevista à Reuters.
Aprovada em 1943, a CLT estabeleceu a jornada de oito horas, a previsão de férias, salário mínimo, 13º salário, entre outras normas que regem até hoje os contratos de trabalho e, apesar de ter sido atualizada diversas vezes, nunca se mexeu nos direitos básicos. Padilha defende, no entanto, que há alternativas para se facilitar e diminuir custos da contratação de pessoal, ou seja, retirar benefícios dos trabalhadores para diminuir o suposto custo social do empregador.
“Tem muita coisa que ainda segura um pouco a geração de emprego. Se mantivermos regras conservadoras o investimento vai para outros países, a economia é globalizada”, afirmou.
De acordo com o ministro, a meta do governo é aprovar também uma reforma trabalhista até o final deste ano, aproveitando o tamanho da base aliada na Câmara, que ultrapassa, em tese, os 350 deputados.
“Eu não sei se aprova até o final do ano, mas a ideia é aprovar as duas até o final do ano para entrar no ano novo com uma nova perspectiva”, disse, referindo-se também à reforma da Previdência.
Mais adiantadas, as mudanças na Previdência devem ter uma proposta pronta para ser enviada ao Congresso em até 45 dias, garantiu Padilha. “Se andarmos com velocidade, a meta é aprovarmos este ano e terá efeito ano que vem”, disse.
Padilha insiste que as duas reformas serão construídas conjuntamente com as centrais sindicais. No entanto, em todas as reuniões, os representantes dos trabalhadores insistem que não admitem atingir quem já está no mercado de trabalho. Qualquer reforma que possa ter efeito já em 2017 terá que incluir mudanças nas regras atuais, e não apenas para trabalhadores futuros.
“Temos que chegar na sustentabilidade. O esforço será inversamente proporcional ao prazo em que chegará na sustentabilidade”, afirmou Padilha.
“O estado brasileiro tem que garantir ao cidadão que ele vai ter a aposentadoria. Por isso queremos que tenha a legitimação da construção coletiva.”
Fonte: Fetamce