Apesar do Palácio do Planalto não ter revelado valores oficialmente, fonte do governo afirma que o custo foi acima de R$100 mil. Jantar foi feito justamente para convencer os parlamentares sobre a necessidade de aprovação da PEC 241, que congela os gastos sociais do governo federal por 20 anos.
Na noite deste domingo (9), o presidente Michel Temer (PMDB) realizou um jantar com deputados federais para debater sobre a PEC 241, projeto que tem como objetivo congelar os gastos sociais do governo federal por pelo menos 20 anos.
Apesar de ter sido duramente criticado pela opinião pública nos últimos dias, a PEC deve ser aprovada nesta segunda-feira (10) por maioria na Câmara dos Deputados.
Pelo menos 200 parlamentares compareceram ao jantar promovido por Temer no Palácio da Alvorada. Durante o evento, o presidente afirmou que “qualquer movimento contrário à PEC não pode ser admitido”, dando um tom mais totalitário e agressivo contra qualquer tentativa de debater o projeto.
Porém, o próprio evento já demonstra a fragilidade do governo do PMDB.
Oficialmente, o Planalto não divulgou o valor das despesas com o evento realizado no Alvorada neste domingo. Porém, segundo informações de fonte dentro da assessoria da Presidência da República exclusivamente para oDemocratize, o jantar custou mais de R$100 mil aos cofres públicos.
O encontro durou mais de 3 horas, onde parlamentares puderam levar seus familiares para o evento. O próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), discursou para os convidados defendendo a medida, ignorando o valor gasto pelo Planalto com o jantar.
“Se a medida não for aprovada, o cenário é catastrófico. As taxas de juros não vão cair, a pequena recuperação econômica vai ser abortada e o final do ano de Estados e municípios vai ser semelhante ao tufão que passou no Haiti”, disse Maia durante o evento, segundo o site Congresso em Foco.
Apesar do governo querer passar essa imagem drástica de terrorismo em torno da PEC 241, não é a primeira vez que os gastos públicos com eventos da equipe do Planalto e ministérios passam acima do limite aceito pela sociedade, diante de uma crise onde a própria população deve acabar “pagando o pato”.
Na semana passada, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB), gastou mais de R$108 mil em uma viagem ao Catar com 8 representantes do ministério. Lá, acompanhou um evento internacional de ciclismo — porém, o Brasil não enviou sequer um atleta para o torneio, utilizando o gasto público para fins exclusivamente de presença política de Picciani e sua equipe. Os gastos detalhados se referem apenas a hospedagem e passagens aéreas, sem mencionar ainda o valor gasto com alimentação e locomoção.
Fonte: Fetamce