Municipais participam de Conferência Macrorregional de Igualdade Racial em Itapipoca

A região do Litoral Norte e Vale do Curu, Litoral Leste e Vale do Jaguaribe recebeu, no dia 22 de setembro, a quarta etapa das Conferências Macrorregionais de Promoção da Igualdade Racial do Estado do Ceará. O evento aconteceu na cidade de Itapipoca e contou com a participação de servidores municipais dos municípios do território contemplado. Entre eles, a secretária de organização sindical da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce), Ninivia Campos, a diretora suplente, Sandra Ferreira, e os coordenadores regionais da entidade, Quitéria Freire e Júnior Pinheiro.

Conforme o Governo do Estado do Ceará, através da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial (CEPPIR), que lidera as atividades, juntamente com o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (COEPIR), o principal objetivo do evento é reafirmar e ampliar o compromisso do Executivo e da sociedade civil cearense com políticas públicas de enfrentamento ao racismo e de promoção da igualdade racial como fatores essenciais à democracia plena, por meio do reconhecimento, acesso à justiça e desenvolvimento, bem como conferir as ações voltadas a Promoção da Igualdade Racial nos anos anteriores e construir propostas que serão levadas a IV Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial, que terá o Tema: “Ceará da Igualdade Racial – reconhecimento, justiça e desenvolvimento na década dos afrodescendentes”, prevista para novembro de 2017.

Participaram do evento membros da População Negra, Povos Indígenas, Povos Quilombolas, Povos Ciganos e Povos de Terreiro dos municípios que compõem a Macrorregional.

Para a secretária de combate ao racismo da Fetamce, Camila dos Santos Magalhães, as conferências mostram a importância desse debate para os negros e negras, enquanto imersos em segmentos estigmatizados, “numa intersecção de raça e classe”, como informa a dirigente. Camila destaca que 66% da população do estado do Ceará é negra, sendo assim, na sua avaliação, é preciso cada vez mais “ouvir essas pessoas, saber as demandas, inseri-las em uma sociedade democrática que lhes garanta acessos historicamente negados, pela classe social, pela cor e pela religião desses grupos”, explica.

Noutra via, a representante da Federação no tema aponta que os eventos se apresentam como oportunidade de debate de questões como a retirada de direitos trabalhistas e a reforma da previdência, que tentem a atingir este grupo social majoritário. Outras problemáticas que aparecem são o encarceramento, extermínio e ameaças provocadas pela proposta de redução da maioridade penal, que atingem sobretudo a juventude negra, de acordo com Camila. “Os debates travados nas conferências servem para fazer com que esses recortes da população brasileira possam lançar propostas de políticas sociais no sentido de consolidar o nosso reconhecimento enquanto grupos, firmar nossa identidade, sem que isso nos traga exclusão e marginalidade, vistos desde o pós-abolição como algo natural”, finaliza a sindicalista.


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