Diante do avanço da “reforma” da Previdência do governo ultradireitista de Jair Bolsonaro, a X Marcha dos Servidores Municipais levantará a bandeira da resistência à Proposta de Emenda Constitucional Nº 06, que contém mudanças que podem destruir o direito à aposentadoria. A decisão foi tomada pela Federação dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce) em reunião que aconteceu na última terça-feira (23/04).
Mas, pela primeira vez, a passeata estadual, ainda sem data final, será precedida de marchas regionais, que serão realizadas nas 10 sub-representações da Fetamce no Ceará, com o objetivo de passar pelo Sertão Central, Maciço de Baturité, Metropolitana de Fortaleza, Sertões de Crateús, Itapipoca, Serra da Ibiapaba, Cariri, Vale do Jaguaribe, Iguatu e Sobral.
A ideia é que, em parceria com os sindicatos filiados e as demais forças dos movimentos sindical e social, a Fetamce mobilize os trabalhadores em todas localidades do estado contra a medida anti-povo dos atuais mandatários do país, que estão de joelhos para o mercado financeiro.
Nas mudanças propostas por Bolsonaro, os pontos mais cruéis são o aumento das atuais alíquotas de contribuição, que hoje são de 8% a 11% e que iriam passar para 7,5% a 14%; o fim da aposentadoria por tempo de contribuição e a regra única será a idade mínima (65 e 62); e aumento do tempo mínimo de contribuição para aposentar de 15 anos para 20 anos. E para a aposentadoria integral – neste caso até o teto do benefício – seriam necessários 40 anos de contribuição. Além disso, a pretenção da presidência é de que o valor da pensão por morte caia para 60% da média de contribuição, com apenas mais 10% por dependente. Um desastre.
De acordo com Enedina Soares, presidente da Federação, é preciso mobilizar a classe trabalhadora para o enfrentamento desta política de aniquilação social. Ela adverte que, no fim das contas, o sistema público será totalmente fragilizado.
“Ao contrário de fazer a reforma da Previdência para tirar dos que ganham mais para pagar a quem ganha menos, Bolsonaro pratica extorsão com a base da pirâmide social, impondo a pobreza e a miséria como condição fixa e universal ao povo brasileiro. Os privilégios, que o governante dizia que iria combater, permanecem intactos”, enfatiza Enedina.
Agenda
A agenda das marchas regionais está sendo construída em encontros com os sindicatos das sub-representações, iniciados ontem (24/04) em Iguatu.
“As marchas tomarão o interior e com a força do povo mostraremos para os deputados, senadores e para o Governo que não admitiremos tamanho retrocesso. Maio e junho serão marcados por nossa luta, resistência e mobilização social”, finaliza a presidente da Fetamce.