Juiz dá 48 horas para Laís Nunes cumprir liminar da realocação dos professores de Icó

Imagem de participantes de audiência provocada em Icó pela missão do Conselho Estadual de Direitos Humanos, realizada na sexta-feira (23).

O juiz Francisco Ireilton Bezerra Freire, através de despacho publicado nesta terça-feira (27/03), intima a Prefeita de Icó, Laís Nunes, para cumprir, em 48 horas, a partir da notificação, a liminar que garante a realocação de 362 professores em suas ampliações de carga-horária.

A gestora se negava a executar a determinação da Justiça, publicada em seis de março, que declara nulo os efeitos do decreto da Prefeitura, que reduzia 50% da jornada de trabalho e salários dos educadores.

Despacho do Juiz Francisco Ireilton Bezerra Freire

A defesa do município era de que uma lei sancionada pela prefeita garantia a validade da medida, mesmo com a manifestação judicial. Porém, prevaleceu o entendimento dos Sindicatos de Professores e Servidores, autores do processo, de que a nova legislação anula a possibilidade novos benefícios de ampliação de carga-horária, mas não retroage para prejudicar os profissionais que alcançaram o direito à ampliação também por lei municipal.

Desobediência judicial

De acordo com o artigo 330, do Código Penal, a desobediência à ordem judicial é crime e a pena é “detenção, de quinze dias a seis meses, e multa”. Deste modo, para o CP, enquanto existir a desobediência, o crime estará sendo praticado.

“Esperamos que a Prefeita cumpra, de uma vez por todas, a determinação judicial, tendo em vista que poderá inclusive responder nos autos do processo por crime de desobediência”, destaca Araújo Júnior, diretor do Sindicato dos Servidores de Icó.

Devolução do direito

A derrubada do decreto da Prefeitura de Icó, conforme despacho da liminar de seis de março, considerou o forte impacto da medida, haja vista que 362 profissionais perdiam, com a ação administrativa, metade do salário.

Os servidores vinham se manifestando contra as mudanças provocadas pela Prefeitura, sendo agredidos com balas de borracha e spray de pimenta em dois episódios, nos dias 19 e 22 de fevereiro, enquanto protestavam nas ruas da cidade. A violência institucional foi machete nacional e causou revolta na opinião pública.

A Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce) tem acompanhado o caso. Conforme a presidente da entidade, Enedina Soares, “esta nova vitória é mais uma prova da resistência dos funcionários públicos do município”.

A nova manifestação da justiça também é avaliada como resultado de missão do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos do Ceará (CEDDH), que realizou audiência em Icó na última sexta-feira, 23 de março.


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