Fetamce participa do Seminário de Desenvolvimento Regional do Nordeste realizado pela CUT


Nos dias 25 e 26 de agosto acontece em Pernambuco o Seminário de Desenvolvimento Regional e Ação Sindical Região Nordeste. A atividade está sendo realizada no Centro de Formação do Sindsprev/PE, em Guabiraba, na grande Recife. A Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal no Estado do Ceará (Fetamce) é representada por  sua secretária de combate ao racismo, Ninivia Maciel, que é servidora e dirigente sindical em Itapipoca/CE.


Organizado pela CUT Nacional em conjunto com as Estaduais da CUT da Região (PE, PB, MA, CE, BA, PI, RN, AL, SE), o evento tem como objetivos fortalecer e integrar as ações, aprofundar a reflexão sobre o desenvolvimento regional e o papel da CUT como protagonista nesse processo e mobilizar a base CUTista em defesa da continuidade do projeto democrático-popular defendido pela Central e das pautas constantes na Plataforma da Classe Trabalhadora.


Durante a cerimônia de abertura, o secretário-geral nacional da CUT, Sergio Nobre, destacou a importância do papel da maior central sindical brasileira no debate sobre desenvolvimento do País. ”Conhecer as especificidades econômicas e sociais de cada região e aprofundar a discussão com os estados que compõem cada uma dessas regiões é fundamental para que nosso País continue no processo de desenvolvimento e crescimento econômico desencadeado há doze anos”, disse.


Carlos Veras, presidente da CUT Pernambuco deu as boas-vindas aos companheiros e companheiras e reafirmou o papel protagonista da CUT nesse processo. “A CUT Pernambuco, que comemora seus 31 anos de fundação, tem a responsabilidade, ao lado das CUTs do Nordeste, de mobilizar seus dirigentes e militantes para que o projeto que queremos, que representa a continuidade do desenvolvimento, saia vitorioso na disputa que se coloca neste momento. Continuaremos nas ruas para barrar qualquer tentativa de retrocesso”, afirmou.


Também compuseram a mesa de abertura a presidenta da CUT Ceará, Joana Almeida; a presidenta da CUT Maranhão, Maria Adriana Oliveira; o presidente da CUT Paraíba, Paulo Marcelo de Lima; Josenilton Ferreira, secretário de Organização da CUT Bahia, Jonaci de Almeida, secretário de Saúde do Trabalhador da CUT Rio Grande do Norte e Cícero Gomes, secretário de Meio Ambiente da CUT Alagoas.


Representando a CUT Nacional, além de Sérgio Nobre, também participam do Seminário a secretária-geral adjunta Maria Faria, a secretária de Combate ao Racismo, Maria Julia Nogueira, a secretária de Saúde do Trabalhador, Juneia Martins Batista, a secretária de Organização Política e Sindical, Graça Costa, o secretário de Juventude, Alfredo Santos Jr., o secretário de Políticas Sociais, Expedito Solaney, o secretário-adjunto de Formação Admirson Ferro (Greg), Rosana Sousa e Shakespeare Martins, da direção executiva.


Nordeste: tendências recentes e perspectivas


Principais mudanças e permanências econômicas e sociais na região Nordeste e os desafios do futuro foi tema do debate realizado na parte da manhã, que contou com a análise da economista Tânia Bacelar, professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).


A professora destaca que o Nordeste vem apresentando dados acima da média do Brasil ao longo da década de 2000. Uma das principais mudanças é o dinamismo da economia, impulsionado pelo aumento do consumo na região não só nas capitais, mas especialmente nas pequenas e médias cidades. “Com maior renda da população, o consumo aumenta e isso traz mudanças na estrutura produtiva. Esta composição é bem diferente do que se tinha no final do século passado. Esse processo se deve ao crescimento da renda, do crédito e do emprego e atrai investimentos”, analisa.


Segundo Tania Bacelar, um dos fatores determinantes é a perda da importância relativa ao “velho” – (complexo pecuária, algodão, policultura e complexo sucro-alcooleiro) e aos avanços significativos do setor terciário, que subiu acima da média do Brasil (serviços de educação, saúde e comércio moderno, serviços às empresas), da indústria (de transformação e da construção civil) e do agropecuário (voltada para a produção de grãos, de frutas e outros alimentos). “O que se observa, por exemplo, é que o algodão, que tinha destaque na região nordeste, perde força, enquanto a fruticultura e a plantação de grãos, especialmente milho e feijão, ganham força e com importância muito grande da produção da agricultura familiar”, demostra. Além disso, os cerrados e o semiárido foram os que mais cresceram em produção na última década (1999-2010), tendo os cerrados em primeiro lugar.


Dinamismo das empresas de pequeno e médio porte


Hoje, essas empresas somam cerca de 1 milhão no Nordeste e representam 14% do total nacional.  Segundo a professora Tânia, isso é decorrência da consolidação de arranjos produtivos locais nos diversos estados da região e aos avanços na agropecuária de base familiar. Além disso, também merecem destaque a montagem de parques eólicos, em especial nos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia e Maranhão e a fabricação de equipamentos para a geração deste tipo de energia.


Esses avanços impactam toda a região, social e economicamente. “Exemplos disso, são os importantes projetos que vêm sendo implantados e consolidados, como a transposição do Rio São Francisco, as ferrovias Transnordestina e FIOL, além dos portos de Suape, Aratu e Pecém e o aeroporto de São Gonçalo”, complementa.


Mercado de Trabalho e Escolaridade


O mercado de trabalho na região Nordeste acompanha as tendências nacionais. O emprego formal cresceu 5,5% ao ano, com taxa superior a media de 5%. Houve um decréscimo da população desocupada, que caiu de 3,1 para 2,3 milhões entre 2000 e 2010. “A renda das pessoas no meio rural foi a que mais cresceu e isso é resultado das políticas públicas implementadas ao longo da última década. O Nordeste liderou o ritmo de redução da pobreza e o hiato inter-regional foi reduzido”, afirmou. Já o número de pessoas que se encontram na informalidade cresceu acima da média nacional, chegando a 56%. Para a professora, reverter esse quadro é um desafio nacional, considerando as altas taxas de informalidade que incidem em todo o Brasil. 


Quanto à escolaridade, houve grande avanço: a região passou de 5,4% ao ano para 6,2%. Para se ter uma ideia de como esse dado é significativo, a média do Brasil é de 7,3% e o da região Sudeste, a mais rica do País, é de 8%.


Outra novidade que se tem observado na região Nordeste é a interiorização do ensino superior, com o Prouni (estimulando o ensino privado) e ReUni (estimulando o ensino público). “Agora tem Universidade Federal em Caruaru, universidade rural em Garanhuns e em várias cidades tem acontecido a ampliação e interiorização das universidades”, observa Tania Bacelar.


Desafios e Perspectivas


Para a professora, o desenvolvimento da indústria é um tema importante para o próximo período na agenda nordestina. Ela também elenca outros desafios e prioridades:


– consolidação de cadeias produtivas;


– incentivo à atividade criativa, aproveitando o grande potencial da Região nas áreas cinematográfica, de produção cultural, tecnologia da informação e comunicação, publicidade, arte e cultura em geral.


– ampliação do dinamismo de atividade urbanas, da fruticultura irrigada e de atividades de maior convivência com o semiárido nos sertões nordestinos


– consolidação da pequena e media empresa


– consolidação de avanços em ciência e tecnologia


– a mudança no perfil etário da população  


– perspectiva de melhoria nos serviços públicos – saúde, educação segurança, políticas para idosos (agenda da população brasileira que vai se impor, segundo a professora)


– desafio do pacto federativo, com a consolidação do tratamento regional em politica publicas federais


O evento acontece até hoje, dia 26 e conta com a participação de cerca de 150 dirigentes sindicais da região Nordeste.


Fonte: Fetamce


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