A Fetamce realizou, na tarde de hoje (27), o webinário “O Cuidado é Coletivo”, com a presença da psicóloga Lucione Aquino. Durante o encontro, alusivo ao Setembro Amarelo, a profissional conversou com 60 dirigentes sindicais sobre temas como assédio moral, autocuidado e síndromes relacionadas ao excesso de trabalho, como o Burnout.
Segundo a psicóloga, o esgotamento causado pelo excesso de trabalho recai com mais intensidade sobre as mulheres, que precisam, ainda hoje, lidar com o acúmulo de funções domésticas. De acordo com ela, sabe-se que elas adoecem 23% a mais quando comparadas aos homens e ainda recebem salários 77% menores, mesmo ocupando os mesmos cargos que eles.
“É discrepante a diferença entre a quantidade de mulheres que chegam à exaustão quando comparamos com o público masculino. Elas são as que mais sofrem as consequências da pandemia”, afirma.
Lucione ressaltou que o esgotamento pode evoluir para a Síndrome de Burnout, que pode se manifestar através de problemas gástricos ou incômodos relacionados à ausência ou excesso de sono, bem como mudança de humor e irritabilidade.
Na ausência de cuidados, a psicóloga afirma que o quadro pode evoluir para depressão e ansiedade. “A psicoterapia é importante, pois há casos em que apenas a medicação receitada pelo psiquiatra não é suficiente para lidar com os problemas encontrados no ambiente de trabalho”, avalia.
Lucione também avaliou a necessidade de atenção aos casos de assédio moral, frequentemente denunciados pelos servidores municipais. Segundo a psicóloga, é fundamental reunir provas e dar seguimento às denúncias, além de encontrar saídas para buscar mais qualidade de vida.
“Estabelecer redes de apoio, realizar atividades físicas, compreender o que nos faz bem e priorizar momentos de relaxamento são saídas essenciais. É necessário, também, avaliar o que pode ser mudado no ambiente de trabalho. Priorizar a saúde mental permanece sendo o melhor caminho”, pontua.