As trabalhadoras e os trabalhadores da educação básica e superior, pública e privada, vão cruzar os braços na próxima quarta-feira (15/5) contra a reforma da Previdência (PEC 06/2019) e o corte de verbas para educação, anunciado na semana passada pelo ministro da educação Abraham Weintraub. Em Fortaleza, a concentração será às 8h, na Praça da Bandeira.
Segundo Wil Pereira, presidente da CUT Ceará, o ato de Fortaleza e Região Metropolitana será unificado, reunindo todos os sindicatos que representam a categoria, federações, centrais sindicais, frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, entidades estudantis e movimentos sociais. “Vamos às ruas na próxima quarta-feira para mais uma vez repudiar as balbúrdias do governo Bolsonaro contra os trabalhadores. Não aceitaremos cortes na educação, muito menos o fim da aposentadoria. Resistiremos”.
De acordo com o dirigente, a marcha dos educadores sairá da Praça da Bandeira, às 8h, e seguirá pelas ruas do Centro e do Benfica em direção aos prédios do Instituto Federal de Educação (IFCE) e da Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), onde haverá ato político e encerramento. IFCE e UFC são algumas das universidades federais cearenses que tiveram parte da verba orçamentária bloqueada pelo Governo Federal.
Greve reforçada
O anúncio do corte de verbas aumentou o apoio à greve nacional da categoria, convocada no início de abril pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) para defender a aposentadoria e o ensino público e funcionar como um esquenta para a greve geral da classe trabalhadora no dia 14 de junho.
“A adesão à greve nacional da educação, que já era considerável em todo o país, cresceu ainda mais depois que o governo anunciou o corte de investimentos na área e está atraindo o apoio de pais, mães e alunos preocupados com os rumos do ensino público no Brasil”, disse o presidente da CNTE, Heleno Araújo.
Segundo ele, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 006/2019, da reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL) tem como objetivo destruir a aposentadoria do povo brasileiro, em especial a das trabalhadoras e a dos trabalhadores da educação. A PEC acaba com a aposentadoria por tempo de contribuição e institui a obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres, aumenta o tempo mínimo de contribuição de 15 para 20 anos e altera as regras especiais de trabalhadores e trabalhadoras rurais e professores. As professoras serão ainda mais prejudicadas se a reforma for aprovada.
Congelamento compromete universidades e ensino básico
Segundo dados levantados pela Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados, o congelamento de recursos do Ministério da Educação e Cultura (MEC) compromete R$ 2,1 bilhões nas universidades e R$ 860,4 milhões dos Institutos Federais.
Mesmo a educação básica, apontada como prioridade por Bolsonaro durante a campanha eleitoral, sofreu um corte de R$ 914 milhões.
“Estes cortes estão prejudicando a merenda e o transporte escolar das nossas crianças da educação básica, além, claro, de prejudicar toda educação pública, cortando recursos de manutenção e de pesquisa”, explicou Heleno Araújo, das CNTE.
Serviço:
Greve Geral da Educação em Fortaleza
15 de Maio – 8h
Concentração na Praça da Bandeira
CONFIRME sua presença no evento: http://bit.ly/2H9TxPM