Com pressão das ruas, Câmara retira da pauta projeto sobre terceirização


Depois de uma agenda intensa de mobilização em 23 estados e no Distrito Federal, no Dia Nacional de Paralisação contra a Terceirização, os trabalhadores do Brasil conseguiram intimidar a Câmara de Deputados, que aprovou na noite de hoje (15/4) a retirada de pauta do Projeto de Lei 4330, que só deve voltar a discussão na próxima quarta-feira(22/4). A informação é de que dois terços dos líderes partidários pediram o adiamento da votação.


O presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha, queria votar imediatamente os mais de 20 destaques feitos pelos parlamentares no texto do PL, cuja proposta está em análise desde o dia 8 de abril. Mas, durante as falas de orientação das bancadas, houve um equilíbrio numérico entre as bancadas que orientaram a favor ou contra a retirada de pauta da matéria. Logo em seguida, ele recuou, suspendeu a sessão e chamou reunião com os líderes. Depois, quando retomado os trabalhos, ele mesmo apresentou o acordo para retirada de pauta.


Graça Costa, secretária de relações de trabalho da CUT Nacional, avalia que esta foi uma grande vitória, não só pela suspensão, mas pelo entendimento de que não há mais entre os parlamentares o apoio irrestrito ao projeto. “As nossas intervenções nas mídias, nas redes e nas bases dos deputados foi fundamental, pois isso dividiu as bancadas. Ressalto a participação das milhares de pessoas nas ruas durante o dia de hoje. O país ficou vermelho, a nossa Central e os nossos sindicatos estão de parabéns pelo enfrentamento que fizeram. Não existe mais ambiente para votar esse projeto como está, ampliando a terceirização. Tem que ter igualdade de direitos. Agora, o chamamento é para que consigamos arquivar o PL. Vamos continuar a abordar os deputados e manter a mobilização”, comenta a sindicalista, que representa o Ceará na direção da organização sindical.


Já o Deputado José Guimarães, líder do Governo, falou em plenário que propôs ao relator da matéria, Athur Maia, que seja montada uma mesa de negociação entre ele, o Congresso, os empresários e as centrais sindicais durante os próximos dias, com vistas a produzir algum entendimento que preserve os trabalhadores, segundo ele. “Prevaleceu o bom sendo e o diálogo é sempre o melhor passo para se avançar com algum ponto nesta Casa. Isso vai possibilitar pelo menos nós votarmos essa matéria na quarta-feira ou quinta-feira, permanecendo entre nós somente a divergência de mérito”, disse.


Foto: CUT Nacional


Fonte: Fetamce


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