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O sentimento de indignação vem tomando os professores do município de Crateús. A revolta da categoria acontece após a Prefeitura da cidade afirmar que concedeu o reajuste de 33,24% para os educadores. Porém, de acordo com o sindicato representativo do grupo, o aumento autorizado pela gestão alcança apenas seis profissionais, que estariam na faixa inicial.
A representação classista esclarece que a proposta de 5%, aplicada aos demais níveis, impacta negativamente na carreira da categoria, levando o salário de professores graduados a ficar menor que o piso nacional. De acordo com a entidade, isso acontece pois a diferença salarial entre os níveis médio e superior, que deveria ser de 25%, conforme o Plano de Carreiras e Salários, não é alcançada sem que todos os trabalhadores recebam os percentuais da Lei Federal de forma linear. Portanto, sem o reajuste necessário, na prática, a maioria dos educadores teria uma perda proporcional a 3,24%.
A pauta da Prefeitura chegou a ser apreciada ontem, 10 de março, na Câmara Municipal, que teve sessão, por alguns momentos, suspensa após os protestos dos professores. Os educadores já haviam rejeitado as propostas da gestão em assembleia realizada no dia 5 de março e, no mesmo encontro, deliberado por deflagrar greve nesta sexta-feira, 11 de março. Nesta manhã, os trabalhadores já se concentravam para os primeiros protestos.
Alterações indevidas
Além de ignorar o pleito da imensa maioria dos profissionais do magistério, o prefeito de Crateús, Marcelo Machado, teria inserido no projeto de lei Nº 004/2022, aprovado na noite de ontem, dispositivo que dá poderes ao Executivo de decidir via decreto o piso salarial dos professores do município, um grave ataque à carreira profissional do magistério em Crateús.
