Ele contou que, quando começou a crise econômica em 2008 e quebraram os primeiros bancos nos Estados Unidos, a situação era colocada como um problema do sistema, daquele modelo que não precisava de Estado e que o mercado iria resolver o que era importante. “Esse modelo foi destruído e só não foi completo o problema porque o capital financeiro internacional foi usado para salvar os bancos”, afirmou.
De acordo com o presidente nacional da CUT, a alternativa que o capitalismo encontrou foi diminuir o tamanho do Estado, retirando direitos dos trabalhadores e destruindo serviços, gerando uma crise no bem-estar social. “Essas crises também são uma ameaça à democracia, em que os governos são retirados e os donos de bancos vão administrar o país, o que é o caso da Grécia e da Itália, quando os trabalhadores vão às ruas diante da enorme contradição.”
Artur Henrique disse que na América Latina os governos democráticos populares fazem importantes mudanças que vêm mostrando que existe uma alternativa de desenvolvimento com inclusão social e aumento de renda, sem reduzir os direitos adquiridos. “Alguns países, como a Argentina, estão inclusive recuperando o patrimônio estatal, realocando os recursos das estatais no orçamento da nação”, discursou.
Sobre a conjuntura nacional, ele disse o Brasil está vivendo um momento diferente daquele da década de 1990, quando havia a ideia de que o mercado iria resolver todas as questões, com a destruição do patrimônio público. “Uma minoria lucrava nesse cenário, enquanto a maior parte dos trabalhadores penava para sobreviver. A comparação hoje, neste cenário eleitoral, será o Brasil de antes, opressor, e o Brasil de hoje, que gera importantes avanços socioeconômicos”, analisou o presidente.
Artur Henrique disse que o ponto central para a CUT é entender que todo esse avanço é importante. No entanto, ele defende que ainda é preciso progredir nas questões relacionadas aos direitos dos trabalhadores. “Temos uma ideologia, mas temos um lado, o da classe trabalhadora, e enfrentaremos os governos quando estes não atenderem às questões relacionadas ao trabalho decente e liberdade de organização sindical”, assegurou.
Entre os desafios citados por ele, estão a qualidade dos empregos, a agenda do trabalho decente, a paridade de gênero, raça e etnia, além do aprofundamento dos direitos trabalhistas. “Não basta apenas crescer na economia, nós queremos desenvolvimento sustentável. Por isso a luta pelo ‘Veta Dilma’ em relação àquilo que foi debatido na Câmara sobre o novo Código Florestal”.
Para Artur Henrique, é preciso ampliar o controle social com participação popular e promover reformas estruturais que ainda não foram feitas no Brasil, para radicalizar a democracia e aprofundar as mudanças, sem retroagir. Ele citou a importância de aprovar as reformas política e tributária, além das lutas pela reforma agrária e pela democratização da comunicação.
O presidente da Central reforçou a importância do plebiscito pelo do fim imposto sindical. “Sindicato não pode se constituir como meio de vida de grupos. Nós queremos liberdade sindical, os trabalhadores devem decidir como e quando criar sua representação sindical com filiados”, disse.
Escrito por Rafael Mesquita (Fetamce) e Daniel Sampaio (CUT-CE)
Fonte: CUT CE
Assessoria de Comunicação – FETAMCE
Fonte: Fetamce