Onda antiterceirização domina 98% dos debates sobre o tema na internet


Nos últimos dez dias, meio milhão de menções na internet rejeitaram a medida, diz estudo


O PSDB atribuiu à pressão nas redes sociais, nesta semana, por seu titubeio em relação ao projeto de lei que libera as empresas para terceirizar qualquer etapa de suas atividades, que passa por avaliação na Câmara. Primeiramente favorável em bloco à mudança, a bancada do principal partido de oposição do país rachou, no que pode ser o primeiro registro histórico em que “protestos virtuais” são alçados ao patamar de fator decisivo numa mudança de posição tão eloquente e em tão pouco tempo.


“Na guerra da comunicação, perdemos”, lamentou o líder dos tucanos na Câmara, Carlos Sampaio (SP). Um levantamento encomendado pelo EL PAÍS confirma o que Sampaio sugere.


A grande maioria dos usuários das redes sociais tem se posicionado contra o projeto. Nos últimos dez dias, mais de 98% dos comentários nas redes sociais sobre o assunto eram contrários à medida. Neste período, foram feitas cerca de 524.000 menções contra regulamentação da terceirização de um total de 534.000 sobre o tema, segundo levantamento feito pela A2C, agência digital especializada em monitoramento de mídias. Os principais argumentos apresentados contra o projeto foram que os terceirizados perderão direitos trabalhistas e irão piorar suas condições de trabalho.


De acordo com o estudo da A2C, foi possível perceber que grupos como o MST e a CUT, além de deputados governistas, foram os que mais demonstraram repúdio ao projeto nas redes sociais. Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI), grande apoiadora da medida, realizou diversas postagens defendendo a terceirização. No entanto, nos comentários associados às mensagens pró-alteração, usuários continuaram se posicionando contra a lei e gerando uma repercussão antiterceirização no Facebook.


Na página da Fetamce no Facebook, a audiência aumentou 42,6%. Só a publicação denunciando os deputados que votaram a favor da terceirização teve 491 compartilhamentos. E o perfil envolveu, nas duas últimas semanas em que foram pautadas as questões relacionadas ao PL 4330, 100 mil pessoas. Sem contar vídeos e outras mídias, que tiveram, cada um deles, uma média de 20 mil visualizações.


Discussão no Twitter


Outro monitoramento, feito pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas (DAPP) da FGV, mostrou que entre os dias 13 e 15 de abril as palavras mais mencionadas sobre o tema no Twitter foram “não à precarização”, “trabalhador” e “direitos”.


Em meio a uma bancada rachada, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou nesta quinta-feira ser pessoalmente favorável ao projeto e explicou que continuará a conversar com os deputados até a próxima quarta-feira (22), quando a votação volta para a pauta da Câmara.  O líder tucano disse que tentará definir uma posição única para a legenda.


Já o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, principal articulador do projeto, deixou claro que a votação será realizada, mesmo que não haja consenso. “Quarta-feira que vem vai votar sem dúvida”, afirmou nesta quinta.  Segundo ele, “se a gente tiver consenso, ótimo. [Mas] o voto resolve dissenso”. 


Diante do atual impasse, os parlamentares devem passar os próximos dias tanto atentos às vozes que vêm das ruas quanto ao barulho feito nas redes sociais sobre o tema, para tentar avançar na regulamentação da terceirização na próxima quarta-feira.


Fonte: Com informações do El País


Fonte: Fetamce


Warning: A non-numeric value encountered in /home/storage/b/b6/b5/fetamce/public_html/wp-content/themes/Newspaper/includes/wp_booster/td_block.php on line 353

DEIXE UM COMENTÁRIO