IX Jornada aponta: transformar os sindicatos é papel dos sindicalistas

A Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce) abriu, na manhã desta segunda-feira, 16 de dezembro, a IX Jornada dos Servidores Municipais, que, neste ano, traz o tema: “As transformações no mundo do trabalho e o futuro das organizações sindicais”.

A primeira mesa do encontro, trouxe a discussão da “conjuntura política e econômica e seus impactos para os servidores e a sociedade”. Com mediação de Enedina Soares, presidente da Federação, proposições de transformação dos sindicatos, destacando o papel dos sindicalistas, dominaram o debate.

As discussão contou com a participação de Vilani Oliveira, presidente da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal – CUT (Confetam/CUT), Irenísia Torres, vice-presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará (Adufc Sindicato), e Newton Albuquerque, professor de Direito Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Unifor.

A primeira a falar, Irenísia Torres denunciou que o Brasil vive um momento de hegemonia liberal, ou seja, de estrutura mínima de direitos para os trabalhadores, que passa a funcionar a serviço, essencialmente, do capital.

A dirigente da Adufc, também professora da UFC, lançou a necessidade de união dos trabalhadores da iniciativa privada com os públicos, entendendo que a conjuntura é destrutiva para ambos, com as contrarreformas trabalhista e previdenciária e a eliminação de política de ação social e desenvolvimento econômico.

Já Vilani Oliveira destacou que o sindicalismo precisa se reaproximar dos trabalhadores. “Precisamos dialogar, descontrair mitos e evitar a destruição das vidas das pessoas pobres”, que, segundo ela, é o que está acontecendo no país hoje.

A presidente da Confetam lembrou que o capitalismo se reinventa e sempre encontra novas formas de ataque aos trabalhadores. “A elite coloca que tudo está dado e não vale a pena lutar, mas isso não é verdade. Nós vamos pra rua e vamos reverter esse quadro… Precisamos aprender a dialogar com quem pensa diferente de nós. Sair da nossa bolha… Igrejas vendem esperança, os sindicatos só falam da dureza”, exclama.

Por fim, o professor Newton Albuquerque falou do que está por trás deste modelo opressivo de gestão que tomou o Brasil. Ele chamou o governo Bolsonaro de necrófilo, ou, simplesmente, da morte, da destruição.

“Eles conseguem produzir medo nas pessoas, eles atuam para nos destruir”, por isso, para Newton, é preciso os sindicatos atuarem com novas formas de persuasão, iniciativas da “razão”. “Não podemos ficar céticos, precisamos convencer, somos a maioria… precisamos fortalecer elos de afeto, fortalecer o otimismo, abandonar a tristeza, usar teatro, música, criar liturgias, nos energizar”, destaca.

Evento continua

A IX Jornada segue durante toda esta segunda-feira e segue até amanhã, 17 de dezembro. Dentro da programação haverá ainda o lançamento da campanha salarial 2020 do ramo dos municipais. Além disso, os trabalhadores participantes se dividem na agenda de pressão do Governo Camilo Santana e dos deputados estaduais locais contra a PEC da reforma da previdência do Ceará.


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