Marcha abre atividades de Fórum Social da Resistência, em Porto Alegre

 

“Povos e movimentos em resistência”, dizia uma das faixas seguradas pelos participantes da marcha que abriu nesta terça-feira o Fórum Social Temático de 2017, resumindo o tema deste ano do evento – resistência diante principalmente das reformas previdenciária e trabalhista almejadas pelo presidente Michel Temer (PMDB). Na ocasião, ativistas de movimentos feministas, indígenas, igualdade racial, centrais sindicais e estudantes partiram do largo Glênio Peres até o largo Zumbi dos Palmares.

Os manifestantes caminharam – entoando cantos e segurando cartazes – pela avenida Borges de Medeiros, atrás de uma bateria de escola de samba e um carro de som no qual lideranças de várias organizações se revezavam fazendo discursos.

Um grupo de sindicalistas – ligados principalmente à Central Única de Trabalhadores (CUT) e à Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) – segurava uma faixa com o seguinte dizer: “Resistência contra as mudanças na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas)”.

O presidente gaúcho da CUT, Claudir Nespolo, disse que o fórum de 2017 é “o momento de lutar contra os ataques do governo Temer e sua base no Congresso Nacional aos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários”.

“Neste ano, o evento tem um papel especial, porque, nos momentos de crise, como o que estamos vivendo, o pensamento conservador ganha força. Então, é uma oportunidade para reorganizar a esquerda, aprofundar os laços de solidariedade entre as organizações e fortalecer as ações. O fórum impulsiona as forças progressistas”, avaliou Nespolo.

Um grupo de indígenas segurava uma faixa que dizia: “Índio é terra. Não dá para separar. Queremos demarcação já”. Uma das pessoas que segurava essa faixa era o índio caigangue da reserva indígena Borboleta, João Carlos Padilha. Ele reivindicou a demarcação de terras indígenas. “Nossa principal causa continua sendo a demarcação, pois o conflito pela terra é uma das causas que mais mata no Brasil”, comentou Padilha.

Também havia ativistas de outros movimentos, como o representante do Fórum Paranaense de Religiões de Matrizes Africanas, Márcio Marins de Jogum. “Depois do golpe contra a presidente Dilma Rousseff, percebemos que tem ocorrido um desmantelamento de secretarias que desempenhavam um papel muito importante para a população negra e as comunidades tradicionais de matrizes africanas. O fórum é um momento de avaliar a conjuntura nacional e ver como podemos garantir os direitos da população”, analisou o ativista.

Fonte: Fetamce


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