A Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce) convoca os servidores públicos dos municípios e as organizações sindicais do ramo no estado a participarem das atividades locais e regionais da 23ª edição do Grito dos Excluídos. Neste ano, o lema é “Por direitos e democracia“ e aborda a realidade de um Brasil em crise, com desemprego, retirada de direitos trabalhistas e que em breve enfrentará a votação da reforma da Previdência, proposta que ameaça a aposentadoria de milhões de brasileiros.
A atividade ocorre em todo o Brasil. Em Fortaleza, haverá o tradicional ato organizado pela pastorais sociais, com apoio de entidades como a CUT Ceará e a Frente Brasil Popular. A concentração terá início às 8h, na Escola São José do Arpoador (Rua Francisco Calaça – Colônia). A manifestação seguirá pela Avenida Leste Oeste em direção ao Marco Zero da Barra do Ceará.
Conforme nota da Arquidiocese de Fortaleza, “a sociedade precisa despertar para a organização popular, a resistência e a solidariedade entre os trabalhadores e trabalhadoras, camponeses e camponesas, comunidades originárias, comunidades tradicionais, que são os segmentos mais atingidos pelas atuais contra reformas trabalhista, da previdência, terceirização. Precisamos retomar a construção do projeto popular para o brasil plurinacional, onde um outro jeito ser no mundo é possível: justo e solidário, onde a vida esteja em primeiro lugar”, diz o texto.
Anular a Reforma Trabalhista
A presidente da Fetamce, Enedina Soares, reforça que a atividade marcará o lançamento de campanha liderada pela CUT Brasil que pede a anulação da Reforma Trabalhista. A iniciativa acontecerá por meio da coleta de assinaturas para um Projeto de Lei de Iniciativa Popular que revogue a nova legislação Trabalhista que entra em vigor no próximo dia 11 de novembro.
A meta da CUT é que mais de 1,3 milhão de brasileiros assinem o documento que será entregue à Câmara dos Deputados.
“Portanto, vamos começar esta nova etapa da batalha contra o desmonte dos direitos, bem como cada vez mais alertar a população sobre os parlamentares que traíram o povo brasileiro, ao apoiarem a reforma trabalhista e o arquivamento das denúncias contra Michel Temer (PMDB)”, enfatizou a dirigente da Federação.
A CUT disponibilizará um kit de coleta de assinaturas contendo o texto do projeto de lei, formulário e uma cartilha sobre os prejuízos da reforma. Esses materiais estarão disponíveis no portal anulareforma.cut.org.br, no ar a partir da quarta-feira (6 de setembro).
A reforma trabalhista proposta pelo governo de Michel Temer (PLC 38/2017) foi aprovada no Senado por 50 votos favoráveis, 26 contrários e uma abstenção. A matéria foi sancionada no dia 13 de julho como Lei 13.467/2017 e entra em vigor a partir do dia 11 de novembro de 2017.
Próximos passos
Após o Grito, a CUT promoverá mais uma série de manifestações para divulgar a campanha. No dia de 14 de setembro, a Central ajuda a organizar um dia nacional de lutas ao lado do movimento Brasil Metalúrgico em defesa dos empregos na indústria e das estatais.
No dia 3 de outubro, aniversário da Petrobrás, será a vez de o Rio de Janeiro e das principais capitais do país promoverem manifestações contra a entrega da empresa e de outros patrimônios públicos.
Ainda sem data definida, mas por volta de 11 de novembro, dia em que entra em vigor a Reforma Trabalhista, os movimentos sindical e sociais preparam uma manifestação em Brasília. Na ocasião, a Central pretende já ter número suficiente de assinaturas para apresentar o projeto pela revogação do ataque aos direitos da classe trabalhadora.
Atos do Grito já começaram
A cidade de Itapipoca, no Ceará, já teve o seu ato do Grito dos Excluídos, que ocorreu excepcionalmente neste dia 6 de setembro. Conforme a secretária de organização sindical da Fetamce, Ninivia Campos, que marcou presença na atividade, a manhã foi de muita unidade e de organização popular pra enfrentar esta tão cruel conjuntura. Veja mais no vídeo: