Cerca de 10 mil pessoas caminharam da Praça da Bandeira em direção ao “Acampamento do Povo Cearense por Lula Livre: A resistência somos nós!”, montado pela manhã, na Praça da Justiça. Mobilização reforça luta do povo brasileiro em Curitiba, onde o ex-presidente está preso
Nesta quarta-feira, 11 de abril, Dia Nacional de Mobilização por Lula Livre, o povo aguerrido do Ceará somou-se à luta contra a prisão política do ex-presidente, condenado e preso, mesmo sem provas, em um episódio que chocou o mundo. Mobilizações foram registradas em todo o país, mostrando que a resistência popular não só uniu as forças progressistas do Brasil, como tem conseguido grande adesão do povo.
No quinto ato seguido em Fortaleza, 10 mil pessoas caminharam pelas ruas do Centro da cidade. A passeata teve concentração na Praça da Bandeira e foi encerrada na Praça da Justiça Federal, ocupada desde a manhã de hoje por centenas de integrantes dos movimentos social e sindical, no Acampamento do Povo Cearense por Lula Livre: A resistência somos nós! A mobilização segue organizada, pacífica e diversa na Praça Murilo Borges, também conhecida como Praça da Justiça. No fim da tarde, já em frente ao prédio do Poder Judiciário, os manifestantes iniciaram um novo ato, com discursos e canções de protesto.
Sobre a ocupação, Joyce Ramos, da Frente Brasil Popular, parabenizou o Ceará pela mobilização: “Conseguimos montar nosso equipamento e estaremos aqui enquanto precisarmos defender a democracia e a liberdade do nosso presidente Lula”.
A união e a solidariedade entre os lutadores do povo foram destacadas por Dóris Soares, do MTST Ceará e da Frente Povo Sem Medo. “A esquerda precisa se manter unida neste momento de ataque à democracia. O acampamento em Fortaleza, com vários movimentos sociais e partidos juntos em defesa de Lula, é exemplo de unidade”, disse.
O acampamento instalado se manterá firme enquanto Lula estiver preso. É o que reforça Luciano Simplício, presidente da CTB Ceará, que diz: “Vamos levantar a cabeça. Vamos lutar. Vejo aqui pessoas que, no passado, passavam uma fome absurda quando tinha seca no nosso estado. De 2003 pra cá, essas pessoas começaram a ter dignidade. Começaram a ter respeito. Antes, não podiam nem sonhar com os filhos fazendo Medicina, Direito, Odontologia, Administração. Porque essas vagas já estavam do lado da classe rica. Hoje, vemos o filho do trabalhador na universidade. E isso que o povo está fazendo por Lula se chama gratidão. O nosso povo é grato e solidário a Lula pela dignidade que teve. Duvido que o povo choraria por um Aécio Neves ou por um Temer”, discursou.
A diversidade de atores presentes na atividade foi enfatizada por Ailton Lopes, do PSol Ceará. “Estamos unindo hoje também mulheres, feministas, LGBTs. Somos o conjunto daqueles que aprenderam que a luta, assim como a história, não se escreve em um dia”. A liderança socialista explicou que o que ocorre hoje não é um ataque apenas ao Partido dos Trabalhadores e ao ex-presidente, mas um golpe contra todo o projeto de sociedade construída para todos.
Segundo o presidente da CUT-CE, Wil Pereira, “internacionalmente, todos e todas já sabem que Lula não está sozinho – nem aqui, nem lá fora”. O dirigente estadual enfatiza que a frente de resistência vem aumentando no Ceará. “Já tivemos o momento de perplexidade diante das injustiças cometidas contra o ex-presidente e contra a democracia. Mas agora, unidos e unidas, a ordem é resistir e nos fortalecer, porque não é só a liberdade de Lula que está em jogo: é a liberdade de uma nação inteira”, reforçou.
Enedina Soares, presidenta da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce), explicou que defender Lula neste momento é defender os interesses da classe trabalhadora. “Estamos do lado certo da história e vamos resistir e lutar. Não vamos sossegar. Não vamos dar trégua. Não se fará silêncio enquanto não se fizer justiça e se garanta a liberdade de Lula. O Brasil comete um crime quando prende uma pessoa sem provas”, disse a dirigente.
A possibilidade de Lula ser candidato a presidente do Brasil nas eleições de outubro e a manutenção da popularidade alta do maior estadista brasileiro foram os “crimes” cometidos por ele, segundo De Assis Diniz, Presidente do PT Ceará. Diante disso, o dirigente partidário convoca mais uma vez a população para o enfrentamento, para a luta: “Não podemos dizer que estamos vivenciando um momento político simples na vida do povo brasileiro. O momento exige de todos nós, sobretudo da esquerda, um comportamento de resistência e de enfrentamento a tudo aquilo que estamos assistindo contra a democracia brasileira”, enfatizou.