Fetamce participa de audiência do CNDH sobre impactos da mineração em Santa Quitéria

Dirigentes da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce) participaram, na manhã desta quinta-feira (1º), de audiência pública que discutiu os impactos ambientais da exploração de urânio e fosfato no município de Santa Quitéria.  O evento foi convocado pelo Conselho Nacional dos Direitos Humanos – CNDH, em parceria com a Plataforma de Direitos Humanos Dhesca Brasil. A atividade ocorreu na sede da Ordem dos Advogados do Ceará (OAB/CE), em Fortaleza, e deu início à agenda local do órgão nacional, que deve ficar em solo cearense até 2 de setembro.

Contando com a presença, principalmente, dos povos impactados pela mineração, além de representantes de organizações de defesa dos direitos humanos e do meio ambiente, o evento colocou em evidência as denúncias de violações de direitos humanos decorrentes do projeto de exploração mineral em Santa Quitéria. O Projeto Santa Quitéria envolve a exploração mineral de fosfato (voltado à produção de fertilizantes e ração animal) e urânio (para enriquecimento no exterior e transformação em combustível a ser usado em usinas nucleares brasileiras, como Agra).

Em maio deste ano, a Mesa Diretora do CNDH recebeu representantes do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração – MAM, que denunciaram a aprovação de empreendimento voltado à exploração de urânio e fosfato a céu aberto e por meio de explosões.

O MAM apontou o risco de grave ameaça aos direitos humanos e socioambientais no estado do Ceará devido ao impacto no açude Edson Queiroz, às pilhas de rejeitos e aos potenciais riscos para a saúde humana e ambiental. Segundo a entidade, o empreendimento pode atingir 156 comunidades rurais, 30 territórios de povos e comunidades tradicionais e cinco etnias indígenas, com impacto em 4.2 milhões de pessoas potencialmente atingidas (direta e indiretamente). Denunciaram ainda que não houve consulta prévia, livre, informada e de boa-fé, estudo de componente indígena nem de componente quilombola.

Participação da Fetamce

Estiveram representando a Fetamce, Socorro Pires, vice-presidente, Karla Bessa, secretária de meio ambiente, e Kellynia Farias, suplente da diretoria.

“Consideramos muito positiva a audiência, que foi muito representativa. Ao final, todas as instituições de defesa dos direitos humanos posicionaram-se em defesa dos moradores atingidos”, destaca Socorre Pires.

Agenda continua

Em Fortaleza, CNDH e Plataforma Dhesca solicitaram reuniões com a governadora do estado e com representantes do Poder Legislativo. Para esta sexta-feira (2), está prevista uma reunião de avaliação dos integrantes da missão, com definição de estrutura do relatório a ser elaborado para a sociedade.


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