A edição de novembro do Estúdio F teve como tema “Enfrentar o Racismo no Serviço Público com a luta antirracista – nossos passos vêm de longe”. A gravação da live ocorreu na sede da Fetamce, em Fortaleza, nesta quinta-feira (23).
O encontro teve a condução da diretora da Fetamce Kellynia Farias e recebeu, como convidados, os professores universitários Zuleide Queiroz e Hilário Ferreira; e os diretores da Federação Kátia Rogéria e Régis Pires.
Zuleide salientou que, para além da política de cotas, ainda há uma forte ausência de políticas de manutenção de pessoas negras nas universidades.
“Eu sei o que é a solidão de ser a única estudante negra em uma instituição superior. Muitos riram quando eu sonhei em fazer um curso superior, e ainda hoje isso acontece. Preto, na universidade, é uma tarefa militante”, afirma.
Já Hilário ressaltou a necessidade de reafirmação da contribuição negra na construção da sociedade brasileira.
“É necessário reconhecermos nossas origens e lutar contra as tentativas de apagamento da participação negra na nossa história. Precisamos conhecer Preta tia Simoa, Dragão do Mar e outros tantos”, destaca.
Kátia pontuou que, no Brasil, não basta ser contra o racismo, é preciso ser antirracista. “O racismo está na estrutura da sociedade, passa camuflado em situações, comentários. Somente nós sentimos na pele”.
Já Régis lembrou a necessidade de curricularização da lei nº 10.639. “Ainda há diretores de escolas que desconhecem a obrigatoriedade de ensino de história e cultura afro-brasileira. Isso precisa mudar”.