Em ato autoritário, Prefeito de Maracanaú desconta salários dos professores em greve

Roberto Pessoa, prefeito de Maracanaú. Foto: Divulgação

Em mais um ato autoritário, o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, descontou do salário de fevereiro dos professores da cidade os dias referentes à participação na greve e paralisações da categoria.

Os trabalhadores foram surpreendidos com as reduções nos contracheques na manhã de sexta-feira (25/02). Em alguns casos, foram subtraídos entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil da remuneração já defasada dos educadores, que lutam pelo reajuste de 33,24%, de acordo com o cálculo da Lei do Piso Nacional do Magistério. Há casos de funcionários públicos que possuem empréstimo consignado e podem ter os proventos quase zerados.

Ao impor um reajuste de apenas 14,26% para a classe e se negar a negociar com o movimento, o gestor foi apelidado de “inimigo da educação”. Entre as grandes cidades da Região Metropolitana de Fortaleza, Maracanaú é a que oferece a pior remuneração para os profissionais do magistério.

De acordo com o Sindicato Unificado dos Profissionais em Educação no Município de Maracanaú (Suprema), que recorre judicialmente da medida, foram subtraídos os ordenados de 16 a 22 de fevereiro. A entidade acrescenta que, na mesma semana, o Executivo convocou seleção de pelo menos 500 professores temporários, mostrando que pretende substituir os trabalhadores grevistas.

Mas mesmo sofrendo com o braço opressor da Prefeitura, a categoria decidiu na última sexta-feira manter e intensificar o movimento. Na manhã desta segunda-feira (28/02), as ações foram retomadas com a participação de mais de mil profissionais do magistério.

Greve dos Professores de Maracanaú (28/02/22). Foto: Divulgação

Na avaliação da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce), as ações de Roberto Pessoa caracterizam evidentes práticas antissindicais. A organização informa que o município, com os atos despóticos, também viola o direito à greve, que está previsto na Constituição Federal.

“Ao mesmo tempo em que se nega em dialogar com o sindicato representativo da categoria, o prefeito realiza o prematuro desconto salarial, sem negociar a reposição dos dias parados. É preciso que as autoridades estaduais, do Judiciário e do Ministério Público, responsabilizem Roberto Pessoa, que governa Maracanaú tal como um senhor feudal. Vivemos em uma Democracia, numa República, em um sistema de poder que deve optar por mediar conflitos e não massacrar trabalhadores. A época da escravização já acabou”, destaca Enedina Soares, presidente da Fetamce.

Ainda conforme a dirigente, a Federação e os sindicatos filiados em mais de 160 cidades, além de outras entidades dos movimentos sindical e social irão reforçar o apoio à greve dos professores de Maracanaú. A ideia é aumentar pressão e vencer a mão de ferro da gestão local.


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