Atos pelo Dia Nacional de Luta reúnem cerca de 130 mil pessoas em 23 estados e no Distrito Federal. Representantes de centrais sindicais e movimentos sociais organizaram as atividades ontem (13/3), que cobraram reformas, especialmente a política, e um redirecionamento da economia. Mas também fizeram discursos em defesa da democracia e de respeito ao resultado eleitoral de 2014. A seguir, destacamos as atividades ocorridas em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Maceió, Rio Branco, Macapá e outras cidades.
São Paulo
A manifestação na capital paulista terminou pouco antes das 19h, com o hino nacional. A passeata que saiu da avenida Paulista, seguiu pela rua da Consolação e terminou na praça da República, na região central, teve pelo menos 1,5 quilômetro de extensão. Quase na reta final da Consolação, ainda havia manifestantes dobrando a esquina na avenida Paulista. Os organizadores do ato calcularam a participação em 100 mil pessoas.
“O ato é pelo direito dos trabalhadores e defesa da Petrobras e de democracia e contra o retrocesso. Nós esperamos que a presidenta Dilma pense uma política econômica voltada ao desenvolvimento, para que tenhamos condições de crescer, e não só o corta, corta, corta que vem sendo proposto”, afirmou Vagner Freitas, presidente nacional da CUT.
“Estamos aqui principalmente para exigir reformas, política, agrária, urbana, e o fim do ajuste fiscal”, disse Gilmar Mauro, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “Somos favoráveis que se puna os corruptos, mas para enfrentar isso tem de acabar com o financiamento privado das campanhas eleitorais.”
Em Paulínia, na região metropolitana de Campinas (SP), um grupo de cerca de 500 pessoas, segundo a rádio CBN, protestou em frente a Replan (Refinaria de Paulínia), no ato organizado pela Sindicato dos Petroleiros Unificados. A unidade é a maior em quantidade de refino de petróleo da Petrobras.
Rio de Janeiro
Na cidade maravilhosa, a manifestação atraiu 1,5 mil pessoas, que se concentraram na Cinelândia, no centro da cidade, e depois seguiram em caminhada até a sede da Petrobrás. “O povo brasileiro deu uma demonstração de que está unido, milhares saíram em todas as capitais. E queremos evitar que a crise traga prejuízos aos trabalhadores. Queremos garantir que a Petrobras continue sendo do povo brasileiro, queremos combater a corrupção, com a aprovação de uma reforma política”, disse o líder do MST, João Pedro Stédile.
Brasília
A atividade da capital Federal teve uma concentração tranquila na região central de Brasília e gritos de “golpe não”. O grupo começou a se concentrar por volta das 14h, na chamada Praça do Aposentado, de onde chegaram vários ônibus saídos das cidades satélites do Distrito Federal. De lá, eles foram até a Rodoviária. Durante a saída dos mais de mil manifestantes, o único momento tenso foi quando um homem balançou uma bandeira do Brasil da janela de um dos prédios comerciais e gritou “Fora Dilma”. O grito foi repelido por vaias e gritos de “coxinha”.
“É preciso ajudar às pessoas que estão se sentindo confusas a discernirem suas dúvidas. O que é melhor? Lutar para fazer com que a presidenta cumpra com seu programa de governo ou pedir o seu impeachment para assumir essa oposição comprometida com o retrocesso e o que temos de pior e mais conservador no país?”, questionou a advogada Erika Cavalcanti.
Salvador
A mobilização soteropolitana ocorreu na parte da manhã e teve a presença de 3 mil pessoas, além do ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli. Em discurso, assim como tinha feito ao depor na quinta (12/3) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, Gabrielli voltou a dizer que os desvios de recursos da empresa, investigados pela Operação Lava Jato, não tinham como ser detectados. “A Petrobras é uma empresa séria, que tem um sistema de controle. Portanto, não poderia capturar nos seus mecanismos de controle o comportamento criminal de alguns, que fizeram conluio e os comportamentos inadequados fora da companhia.”
Fortaleza
Como destaca em matéria especial de ontem, a reivindicação na Terra do Sol ocorreu na Praça da Imprensa, no bairro Aldeota. Os participantes seguiram em passeata pela Avenida Desembargador Moreira e pediram também reforma política. A CUT, que organizou a manifestação, estima que aproximadamente 3 mil pessoas estiveram presentes.
Belo Horizonte
A capital mineira iniciou o ato por volta das 16h, saído da Praça Afonso Arinos rumo à Praça Sete. Além da CUT e de outras centrais de trabalhadores, o MST e outros movimentos sociais e estudantis participaram do ato. A CUT estima que cerca de 5 mil pessoas tenham participado da mobilização.
Alagoas
Em Maceió, 5 mil pessoas, segundo a CUT local, participaram de uma passeata pelas principais ruas da cidade. A manifestação teve a presença de caravanas do interior do estado.
Recife
Cerca de 3 mil manifestantes, de acordo com a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), realizaram uma passeata na capital pernambucana, que saiu da rua do Hospício, ao lado parque 13 de Maio, próximo à Câmara de Vereadores, com destino à praça da Independência.
Outras cidades
Em Campo Grande, cerca de 4 mil pessoas participaram do evento, segundo a CUT. A Polícia Militar, por sua vez, afirmou tratar-se de 1.800 manifestantes. Os manifestantes caminharam pelo centro da cidade e encerraram o ato na praça do Rádio Clube por volta das 11h30, no horário local (12h30, no horário de Brasília).
Em Goiânia, o protesto foi realizado na praça Cívica, no centro da cidade. De acordo com os organizadores, cerca de 300 pessoas participam do ato, mesmo número estimado pela Polícia Militar. A manifestação teve início às 10h e encerrou-se por volta das 12h20.
Em Macapá, uma passeata foi realizada pele centro da cidade. De acordo com a Polícia Militar, 350 pessoas participaram do ato, encerrado no início da tarde.
Por causa da enchente que atinge parte de Rio Branco, em função do transbordamento do Rio Acre, a manifestação ficou restrita aos locais de grande circulação de pessoas, como áreas comerciais e o Terminal Urbano.
Fotos e informações: CUT, Estadão Conteúdo, Agência Brasil, Uol e Rede Brasil Atual.
Fonte: Fetamce