Para a presidenta, acompanhada de representantes dos movimentos sociais, o crescimento sustentável deve ter em seu centro o combate às pobrezas e às desigualdades e a sustentabilidade ambiental. “É um modelo de desenvolvimento capaz de explorar o crescimento e a geração do emprego, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades, a participação social e a ampliação de direitos, a educação e a formação tecnológico, o uso sustentável e a preservação dos recursos naturais”, explicou
Segundo Dilma, uma das preocupações dos movimentos sociais, a de atuar como meros coadjuvantes da RIO+20, como ocorreram em outras conferências, não procede. “O papel da sociedade da sociedade civil será determinante para o êxito da RIO+20”, comentou.
Brasil como exemplo
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, abriram o encontro e ressaltaram que o Brasil ensinou ao mundo ser possível combater a crise com desenvolvimento, geração de renda e mantendo direitos.
Representante do movimento sindical, a secretária de Meio Ambiente da CUT, Carmen Foro,também iniciou sua intervenção citando avanços implementados no Brasil na última década como o investimento no mercado interno, a valorização do salário mínimo e a criação de políticas públicas de inclusão social, que tiraram mais de 20 milhões de pessoas da miséria.
Porém, a dirigente também destacou os enormes desafios que o país tem pela frente como acabar com a desigualdade social. A necessidade de ampliar o investimento na agricultura familiar para aumentar a produção e melhorar a qualidade dos alimentos consumidos pelos brasileiros também não foi esquecida, assim como a necessidade tocar reformas que não saíram do papel, caso da reforma agrária.
E as reformas?
“Caminhamos para a RIO+20, mas não temos solucionado um problema que eu considero gravíssimo, a votação da PEC 438, que trata do trabalho escravo. O tema do trabalho decente para nós é fundamental e essa agenda está paralisada no Congresso nacional. Dessa forma, não é possível falarmos em sustentabilidade se não discutirmos o mundo do trabalho e o trabalho decente”, comentou, para depois citar também a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, outro tema que interessa à classe trabalhadora e está parado no Legislativo.
Carmen disse ainda que a CUT não aceitará uma economia rotulada de verde nos moldes que pensam os capitalistas sem responsabilidade nenhuma com sustentabilidade. “Vamos fazer a nossa parte e isso significa apresentar propostas, fazer as críticas e realizar uma grande mobilização durante a RIO+20, aqui em nosso país, para questionar o governo e questionar a forma como imaginam a economia verde. Temos que globalizar essa luta”, defendeu.
A mesma preocupação esteve presente no discurso do ambientalista boliviano, Pablo Solon. Porém, para ele, a América do Sul tem todas as condições de derrotar esse presente de grego. “Através do conceito de economia verde vemos a mercantilização da natureza. Mas, assim como vencemos a Alca (Área de Livre Comércio entre as Américas), venceremos a tentativa de mercantilizar os recursos naturais.”
Fonte: CUT
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