Senador Major Olímpio, líder do partido do presidente no Senado, diz que interrupção de política de valorização do salário mínimo tem tudo para ser rejeitada
Após analisar a proposta do governo de corrigir o salário mínimo apenas pela inflação em 2020, o líder do partido do presidente Jair Bolsonaro no Senado, Major Olímpio (PSL-SP), disse ter chegado a uma conclusão: “o governo vai tomar um cacete e pedir desculpas, senão trava de vez a Previdência”.
“Politicamente fiquei preocupado”, disse Olímpio à Folha, por mensagem, na madrugada desta terça-feira (16).
“Ao valor do salário mínimo, muitos custos estão atrelados, então, o governo está indo no limite do que entende possível. Mas a questão será muito polêmica, sem a certeza mesmo que hoje o governo consiga maioria”, ponderou o correligionário de Bolsonaro.
“Dentro do novo debate, com a nova política, na prática, se o centrão se juntar à oposição, o governo já toma um tremendo cacete. E ainda neste momento, o governo vai tomar um cacete e pedir desculpas, senão trava de vez a Previdência”, disse o líder do PSL no Senado.
Desgoverno
Os fatos mostram que o presidente mal tem o apoio do PSL, sigla que Olímpio chamou de Geni, prostituta que protagoniza o clássico “Geni e o Zepelim”, de Chico Buarque.
“De verdade, o governo só tem mesmo a sua Geni, que é o partido do presidente. ‘Joga pedra na Geni, ela é boa de cuspir, ela dá pra qualquer um'”, disse Olímpio, citando trechos da música.
O líder do PSL no Senado também citou o DEM, partido que, além das presidências da Câmara e do Senado, comanda os ministérios da Casa Civil, da Agricultura e da Saúde.
“O DEM tem três ministérios e as presidências da Câmara e do Senado, e, na hora do pau, diz: ‘não sei se sou base ou oposição’. Vai querer o que dos demais, que não têm nem um cafezinho com educação?”, indagou Olímpio, antes de concluir a mensagem.
Na avaliação da presidente da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce), Enedina Soares, o Governo Bolsonaro segue sem rumo e achando que faz política ao eliminar direitos dos trabalhadores, impor retrocessos sociais, como a extinção dos conselhos populares e as propostas estapafúrdias de armar a população e regulamentar o ensino doméstico.
“Um governo sem rumo, que usa de medidas contra o povo brasileiro para tentar agradar o capital, mas não é capaz de enxergar que um país de miseráveis não consome, a economia não circula e o empresário não lucra. O desgoverno Bolsonaro precisa ser interrompido para a nossa sobrevivência. Bolsonaro vai nos levar para o abismo junto com ele”, enfatiza a dirigente da Federação.
Com informações da Folha de SP