Após a Prefeitura de Morada Nova recuar da intenção de debater saídas financeiras para a implementação do reajuste do magistério de acordo com a Lei Federal Nº 11.738/2008 e encerrar a mesa de negociação com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais da cidade, a categoria dos professores deliberou, na noite de ontem (14/03) entrar em greve.
Os profissionais do magistério reivindicam aumento de 33,24%, índice previsto para a reposição do grupo em 2022. A Prefeitura, por sua vez, apresentou, ainda em fevereiro, a proposta de somente 6,74% de crescimento salarial, somada a 4% de progressão funcional.
Depois da categoria rejeitar o percentual patronal, ainda no mês passado, gestão e sindicato laboral debatiam, junto a técnicos indicados pelos dois órgãos, possíveis soluções para a implementação de um benefício maior, já que o Executivo colocava como empecilho para a aplicação do índice nacional o limite de gastos com pessoal da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Nas últimas semanas, conforme a presidente do Sindsep Morada Nova, Glauberlene Rabelo, foram realizadas diversas reuniões e simulações. No debate, explica a dirigente, a Prefeitura havia manifestado que poderia aplicar o reajuste até o limite de 54% de gasto com pessoal, mas, nos últimos encontros, os representantes da gestão recuaram totalmente da proposição, se negaram a conhecer as últimas alternativas desenhadas pela entidade dos servidores e retornaram à proposta inicial: 6,74% de aumento e mais 4% da progressão salarial.
Na avaliação do sindicato, diante da posição intransigente do município, a única alternativa que restou aos professores de Morada Nova foi intensificar a luta pelos 33,24% linear e iniciar greve geral.
Com a aprovação da paralisação em assembleia geral da categoria, o Sindsep comunicará oficialmente à prefeitura e lançará calendário do movimento grevista, que deve iniciar quando concluído o prazo legal previsto.
Apoio ao movimento
A Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce) e demais sindicatos filiados apoiam integralmente o movimento grevista dos educadores de Morada Nova. A entidade estadual, inclusive, disponibilizou a sua estrutura para os debates técnicos realizados e lamenta que a Prefeitura tenha, por fim, adotado posição de intransigência perante o justo clamor dos profissionais pelo reajuste previsto na Lei do Piso.
“Estamos e estaremos juntos dos professores e demais servidores de Morada Nova. Nossa luta não terminou, agora ela vai se fortalecer ainda mais. Prefeito, respeite os servidores, respeite os professores. Cumpra a lei”, destaca Enedina Soares, presidenta da Fetamce.