Acampamento de Fortaleza: sete dias de luta por Lula, pela Democracia e pelo povo

Foram sete dias de luta por Lula, pela Democracia e pelo povo no “Acampamento do Povo Cearense por Lula Livre”, na Praça Murilo Borges (da Justiça Federal), em Fortaleza. Conforme as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, organizadoras da iniciativa, cerca de 50 mil pessoas passaram pelo local entre a instalação no dia 11 e o encerramento na noite de ontem, 17 de abril.

O espaço foi palco de atos, vigílias, ações culturais, debates, místicas, shows e muitas outras ações que movimentaram o Centro de Fortaleza e que chamaram a atenção dos frequentadores da área comercial da capital e da opinião pública para necessidade do debate social sobre a prisão arbitrária e sem provas do ex-presidente Lula, no dia sete de abril.

“Esse acampamento sem dúvida se configura como um processo político, pedagógico, de construção de unidade, de organicidade e de solidariedade entre os diversos movimentos que integram as frentes. Um processo onde foi possível integrar o conjunto das lutas”, destacou Ticiana Studart, da Marcha Mundial das Mulheres, uma das responsáveis pela programação do movimento de ocupação.

A unidade que possibilitou o sucesso da empreitada também foi celebrada por Sérgio Farias, do MTST, que afirmou: “temos que ir além da Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, temos que chamar outros lutadores do campo democrático para estar prontos e de guarda levantada. Essa ameaça não é somente a Lula e ao PT, é uma ameaça a qualquer pessoa que venha ganhar a eleição”.

Já Wil Pereira, presidente da CUT Ceará, parabenizou quem deu o sangue, quem dormiu debaixo de chuva, quem enfrentou o sol e resistiu nestes dias de acampamento em Fortaleza. O dirigente destacou ainda as próximas tarefas do processo de luta: “Este foi um dos três acampamentos que apontou para o país uma resistência. Esse acampamento ficará agora em andamento nos bairros e no interior do Estado. Temos agora que fazer um primeiro de maio histórico, sobretudo em defesa do Lula em defesa das nossas bandeiras. De revogar a reforma trabalhista que tanto tirou do trabalhador e não deixar vir para a pauta a reforma da previdência”.

Dois anos do Golpe de 2016

Na última atividade da jornada de luta no local, 10 mil homens e mulheres, de diferentes cores, etnias, classes, origens geográficas, religiões, idades, orientações sexuais, jovens e velhos, militantes e simpatizantes da causa, participaram de mobilização que “descomemorou” a efeméride de dois anos do golpe contra Dilma Rousseff (PT), registrado no fatídico 17 de abril de 2016.

Na avaliação das lideranças sociais, partidárias e sindicais presentes, como resultado do impeachment fraudulento, foi organizado um verdadeiro desmonte do Estado Democrático de Direitos, com a eliminação das liberdades políticas da esquerda, com o ataque aos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários da classe trabalhadora e com o desenvolvimento de um projeto fascista de país.

“Foi um golpe articulado pelos poderosos, pelo imperialismo norte-americano, por parte da elite brasileira, os banqueiros e os donos dos meios de comunicação, tendo a frente a Rede Globo e o grande capital financeiro, setores do estado e do poder judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal. Foi um consórcio para tirar uma presidenta eleita democraticamente pelo povo”, explicou o presidente do diretório estadual do PCdoB, Luís Carlos Paes.

Na mesma linha, De Assis Diniz, presidente do PT Ceará, define que a possibilidade de Lula voltar a ser presidente do país ameaça a sanha golpista que se registra até agora. Portanto, faz parte do projeto da burguesia nacional eliminar o líder político mais popular e mais bem avaliado da história do país. “Foi uma semana intensa e cheia de simbolismos. Nós saímos hoje do acampamento físico para um acampamento móvel com uma agenda de mobilização da luta e tendo como referência o próximo período de defesa da democracia. A pauta fundamental é não eleger nenhum candidato que tenha sido golpista”, discursou.

Para Miguel Braz, do Levante Popular da Juventude, e Vanda Solto, do PSol Ceará, é imperativo continuar a denúncia de que eleição sem Lula é fraude. “Rebeldia para dialogar com a população de Fortaleza sobre a ilegalidade da prisão do ex-presidente Lula e também para nos colocar em solidariedade ao companheiro”, disse Miguel. “Nós do PSol temos candidato a presidência, mas isso não significa nós não estamos na rua se juntando as frentes e aos partidos de esquerda em defesa da democracia do Brasil, explicando pro povo que Lula é sim um preso político”, finaliza Vanda Solto.

Saiba mais:

Números do Acampamento Lula Livre Fortaleza

  • 5 Aulas públicas realizadas
  • 10 Oficinas realizadas
  • 25 mil panfletos/cartas do Acampamento distribuídas
  • Dezenas de apresentações artísticas
  • 105 mil litros de água utilizados doados para banho e alimentação
  • 3.500kg de alimentos doados
  • Público total de 50 mil pessoas, entre fixos e rotativos
  • Participação de quatro partidos políticos: PSOL, PT, PCdoB e PCO
  • Participação de 25 entidades: MAB, MST, Levante Popular, Núcleo Popular, JPT, UJS, Para Todos, Consulta Popular, MTD, MTST, UBM, RUA, Intersindical, MMM, Mulheres com Dilma, PCdoB, PT, Juristas pela Democracia, Rede de Medicos/as Populares, CUT, CTB, Fetamce, Comunicadores pela Democracia, Kizomba, Síndicato dos bancários e Fetraece
  • Coordenação de duas Frentes: Brasil Popular e Povo Sem Medo

Redação: Fetamce, PT Ceará e CUT Ceará


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