Na última sexta-feira (16/05), a Fetamce realizou mais uma edição do Encontro do Coletivo de Meio Ambiente, reunindo lideranças sindicais e ambientais para discutir os riscos do projeto de mineração de urânio em Santa Quitéria, no Ceará.
A atividade, realizada virtualmente, teve como tema central a exploração de urânio no estado e contou com a participação da bióloga Cecília Feitoza, militante da Articulação Antinuclear do Ceará, que trouxe alertas importantes sobre os impactos sociais, ambientais e à saúde pública que envolvem o empreendimento.
O projeto, desenvolvido pelo Consórcio Santa Quitéria em parceria com a Indústrias Nucleares do Brasil (INB), prevê a extração de urânio e a produção de fertilizantes fosfatados na Fazenda Itataia, localizada entre Santa Quitéria e Itatira.
Com aval da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), a proposta estima produzir mais de 1 milhão de toneladas de fertilizantes por ano e 2.300 toneladas de concentrado de urânio. No entanto, a necessidade intensiva de água e o risco de contaminação do solo, da água e do ar têm gerado forte resistência de comunidades locais e de entidades socioambientais.
“A mineração de urânio não é limpa, nem segura. A população de Santa Quitéria pode ser exposta à radiação sem sequer saber dos riscos. Esse projeto ameaça a vida, a produção agrícola e o acesso à água de milhares de pessoas”, alertou Cecília Feitoza durante o encontro.
Ela reforçou que o empreendimento pode causar danos irreversíveis à saúde humana e ao meio ambiente, sem garantir retorno social efetivo para as comunidades atingidas.
Mediado por Karla Bessa, secretária de Meio Ambiente da Fetamce, o encontro reafirmou o compromisso da federação com a defesa da vida e com o fortalecimento da luta contra a exploração de urânio no Ceará.
A entidade continuará mobilizada, pressionando os órgãos competentes e promovendo o debate público sobre os riscos do projeto, que ainda aguarda a análise de viabilidade ambiental por parte do IBAMA.