A programação no 2º dia da 12ª Plenária Estadual da CUT-CE foi marcada pelo rico debate sobre a “Democracia brasileira: Comissão da Verdade/ Plebiscito Popular” e os impactos da Ditadura Militar para a sociedade brasileira. De acordo com o juiz do trabalho aposentado e advogado, Inocêncio Uchôa, o golpe militar foi uma estratégia do capitalismo mundial, representado pelos grandes empresários e latifundiários, contra a classe trabalhadora e suas conquistas. Não foi só um grupo de militares e de fascistas civis. O golpe militar foi estratégico, tendo em vista a liderança brasileira diante dos outros países da América Latina.
Ele ressaltou ainda os prejuízos para os(as) trabalhadores(as) nesse período. “Líderes sindicais de esquerda foram perseguidos, a legislação trabalhista piorou. Acabou com a estabilidade nos empregos, não apenas dos sindicalistas mas de todos os empregados, que antes ficavam no mínimo 3 anos nas empresas. Cerca de 1252 sindicatos brasileiros sofreram intervenções e dirigentes foram afastados e, em geral, foram demitidos dos empregos. Não existiam liberdade e autonomia sindical. Os trabalhadores sofreram ainda com arrocho salarial brutal, que estende de 1964 a 1979, quando os trabalhadores organizados, principalmente, na zona metalúrgica de São Paulo, liderados por Luiz Inácio Lula da Silva, fizeram greves importantes que impuseram ao governo uma nova legislação salarial, que permitiam uma recuperação do poder de compra dos trabalhadores”, explicou.
O integrante da Secretaria Operativa do Comitê a favor do Plebiscito, Miguel Bráz, participou do debate sobre a reforma política o Plebiscito Popular. Ele destacou o apoio da Central Única dos Trabalhadores em relação ao plebiscito, que será realizado, em setembro em todo o país. “O plebiscito não valor legal, mas tem importante papel político para pressionar as autoridades sobre o desejo da sociedade em promover a reforma política. A CUT é fundamental nesse processo pela abrangência na classe trabalhadora. A Central é a maior do país, então forte representatividade”, explicou.
O ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, ex-secretário-geral da CUT, um dos fundadores da Central e atual assessor da presidência da CUT, Gilmar Carneiro, também apresentou análise de conjuntura política. Ele considera a realização da plenária fundamental para o atual momento de político, com recessão econômica na Europa e que reflete no Brasil. O Ceará é um estado importante, a CUT do Ceará é uma das mais importantes. “Classe trabalhadora tem papel fundamental na construção de um sociedade mais justa porque é quem sente os prejuízos dos direitos desrespeitados”, defendeu
O Secretário de Igualdade Racial, Antônio Ricardo Lima, fez ainda homenagens aos 130 anos da Abolição da Escravatura no Ceará. O estado foi a primeira província a libertar os escravos 4 anos antes da promulgação da Lei Áurea. Com apresentação slides e de vídeo, o secretário debateu sobre os projetos para intensificar o papel da entidade sindicais para a promoção da igualdade racial.
Conforme o Regimento interno, aprovado pelos delegados(as) foram criado 4 Grupos de Trabalho (GT’s) para análise, democraticamente, de emendas para o texto-base da plenária.
Fonte: Fetamce