
Na atividade, chama de “Diálogos Governo-Sociedade Civil Copa 2014”, que passará por todas as cidades-sede da Copa, o Ministro e sua equipe, acompanhados de representantes do executivo estadual e municipal, apresentou o conjunto de investimentos Federal em obras da Copa, realizando a comparação com recursos aplicados em políticas públicas, como educação. “Não teremos a oportunidade de furar o bloqueio da mídia e mostrar o conjunto de oportunidades que virá com a Copa”, reclamou o Ministro.
Segundo documento distribuído pelo Governo Federal na atividade, uma das grandes oportunidades geradas pelo Mundial seriam as obras de infraestrutura e mobilidade urbana realizadas no país. “Foram R$ 8 bilhões em 42 projetos de mobilidade urbana, beneficiando a população de 12 cidades que receberão o evento”, diz.

“O gasto do Governo com educação em 2013 ficou em R$ 101,9 bilhões. Na saúde, o gasto da União, no mesmo ano, chegou a R$ 83 bilhões”, rebateu o documento apresentado pela Presidência da República.
Debate
Depois de mais de 2 horas de evento, finalmente o microfone foi aberto para os convidados. Mesmo com parte do público partindo, houve ainda 25 inscrições. Lideranças de sindicais estavam entre os inscritos e, na maioria das falas, questionaram o Governo sobre as condições de trabalhadores durante a Copa.
Joana Almeida, presidenta da CUT Ceará, destacou que o movimento sindical brasileiro é absolutamente contra o trabalho voluntário. “A Copa é um evento privado que pode vir a trazer benefícios, queremos trabalho decente e que este, inclusive, não seja provisório”, enfatizou.

Já o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo, foi enfático ao criticar o descontrole com a proteção de empregados de empreiteiras em obras de estádios. “Na Alemanha foram duas mortes, na África do Sul foram quatro mortes, no Brasil, nem realizamos o mundial e já temos 8 mortes. Ministro, trabalho decente também é estar vivo no trabalho”, criticou.
Destaque ainda para a entrega ao ministro de relatório sobre agressões contra jornalistas durante a Copa das Confederações, pela presidente do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce), Samira de Castro. Além de cobrar providências apara evitar novas vítimas, o documento mostra que pelo menos 10 episódios de violência contra jornalistas. Destes, nove foram praticados por policiais e apenas um por manifestante.
Entretanto, apesar do esforço de ouvir os numerosos inscritos, o ministro Gilberto Carvalho não respondeu a todas as questões, se restringindo a mais uma vez explicar os benefícios do evento e de se responsabilizar por apurar as responsabilidades de equívocos acontecidos na preparação para a Copa.
Fonte: Fetamce