Reforma da Previdência impedirá mais pobres de se aposentarem


A reforma da previdência proposta por Michel Temer, que está sendo analisada na Câmara dos Deputados, estabelece que para os trabalhadores e as trabalhadoras se aposentarem deverão ter, no mínimo, 65 anos de idade e 25 anos de contribuição previdenciária. Essa reforma, além de igualar a idade de aposentadoria para homens e mulheres, ignorando que na sociedade atual a mulher cumpre dois turnos de trabalho – um no emprego e outro dentro de casa –, ainda obriga os trabalhadores mais pobres a trabalharem até morrer, haja vista que quanto mais pobres, mais cedo começa a trabalhar. Consequentemente, contribuirão mais tempo.


 


“Aposentadorias a partir de 65 anos para homens e mulheres também necessitam de amplo debate para compreender situações de trabalhadores de setores pesados como a construção civil, operários de linha de produção, entre outras profissões que exigem vigor físico. É um verdadeira desastre”, explica Enedina Soares, presidente da Fetamce.


 


A justificativa para impor a idade mínima de 65 anos é que, nos últimos anos, a expectativa de vida do povo brasileiro vem aumentando, crescendo assim o número de aposentados em relação aos trabalhadores ativos e, segundo o governo, causando desequilíbrio nas contas da previdência. Essa justificativa se baseia na expectativa de vida média do povo brasileiro que, segundo o IBGE, é atualmente de 75,4 anos.


 


No entanto, o que o Governo de Michel Temer finge não saber é que no Brasil uma simples média representa nada, dado que nosso país sofre de uma extrema desigualdade social. A expectativa de vida é um dos pontos onde a desigualdade no Brasil é mais visível, pois é uma consequência de todas as outras desigualdades que tornam a condição de vida dos ricos muito melhor que a dos pobres.


 


Para demonstrar essa desigualdade podemos comparar Santa Catarina, estado com expectativa de vida média de 78,7 anos, e Maranhão, que possui expectativa de apenas 70,3 anos. Na cidade de São Paulo, dos 96 distritos existentes, 36 possuem média de vida inferior a 65 anos e enquanto no Alto Pinheiros, distrito onde fica a casa de Michel Temer e que é reservado apenas para os ricos, a expectativa de vida é de 79,6 anos. Na Cidade Tiradentes, distrito pobre da Zona Leste, a expectativa chega a apenas 53,85 anos.


 


Essa reforma da previdência ataca principalmente os moradores dos bairros com menores expectativas de vida, que são os bairros mais marcados pela precariedade nas condições de saúde, de estudo e de acesso ao emprego e onde vivem os trabalhadores com os menores salários. Isso significa que o maior prejudicado será o povo mais pobre, que além de possuir os empregos mais desgastantes e em piores condições, agora será impedido de ter direito à sua aposentadoria e precisará trabalhar até seu último dia de vida.


 


Resistência


“A reforma proposta por Michel Temer é mais um ataque contra o povo brasileiro, mais uma forma de jogar nas costas das mulheres e dos homens que geram toda a riqueza do país com seu trabalho a conta de uma crise criada pelos ricos. O povo brasileiro não pode aceitar mais essa injustiça.Com organização e luta vamos barrar todos esses ataques e seguiremos lutando rumo a uma sociedade justa e sem exploração”, convoca a presidente da Fetamce.


 


Especiais


A Fetamce deu início a uma série de reportagens e difusão de artes contra a Reforma da Previdência. A contrariedade à medida faz parte da Campanha Salarial 2017 dos Servidores Municipais, chamada de Resistir e Lutar – Por municípios mais justos para todos/as.


 


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Source: Fetamce


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