Encontro de Mulheres da CUT destaca temas prioritários na luta por igualdade


Foto: Roberto ParizottiO 8º Encontro Nacional de Mulheres da Central Única dos Trabalhadores (CUT) foi encerrado neste domingo (29), em Brasília, Distrito Federal. O histórico “Encontro da Paridade” reuniu, durante três dias, mais de 600 sindicalistas CUTistas  de todos os estados brasileiros, de diversas categorias e ramos de atividade econômica. O evento discutiu, além da paridade, temas como democratização do Estado, reforma política e democratização dos meios de comunicação, além de lutas históricas da pauta feminista, como a presença das mulheres no mercado de trabalho e a situação das mulheres negras.


 


Secretária Nacional de Saúde do Trabalhador e presidenta da Internacional de Serviços Públicos (ISP), Junéia Martins ressaltou a importância da luta por equidade salarial entre homens e mulheres, enfatizando que este tema deve ser prioridade no movimento sindical. Ela também chamou a atenção para a questão do empoderamento das mulheres. “Devemos impor este debate dentro das entidades sindicais, afinal, estamos preparadas para assumir qualquer cargo no movimento sindical. Temos que estar unidas para esse enfrentamento”, conclamou.


 


E por que paridade? Segundo a vice-presidenta do PT, Clarissa Cunha, para responder a esta pergunta é necessário entender o contexto histórico. “Vivemos em uma sociedade capitalista, machista, patriarcal e desigual. Por isso, a paridade deve ser entendida como um desafio e, ao mesmo tempo, entender os obstáculos para fazermos um debate mais geral da sociedade também. A luta por reforma política, a lista com alternância de gênero nas eleições, por exemplo, colocam este debate da paridade também para a sociedade”, esclarece Clarissa.


 


“O debate da paridade precisa evidenciar que existe uma desigualdade tamanha na sociedade. Com a paridade, partimos de outro patamar dentro da sociedade, o da igualdade, que nunca existiu antes. E é esse investimento necessário para que possamos partir do mesmo patamar e que nos fará ocupar cada vez mais espaços de decisão”, enfatiza Clarissa.


 


Rosane Silva, secretária nacional da Mulher Trabalhadora, reitera: “não queremos paridade como número apenas. Queremos condições objetivas para atuar no movimento sindical. E quando falamos em condições, estamos dizendo que a CUT deve incorporar esta luta no seu dia a dia, porque essa não é uma luta só de mulheres, é uma luta da Central”.


 


A secretária faz um desabafo e alerta que é preciso “provar todo dia que somos capazes, que conquistamos esse espaço por capacidade política. Mas, só vamos avançar e ter uma CUT de fato paritária, se estivermos unidas e solidárias. Se nos dividirmos, é o machismo que avança”.


 


Resoluções


As delegadas trabalharam em grupo, discutindo temas a serem levados aos CECUTs e ao CONCUT (congressos estaduais e nacional da CUT). Elas aprovaram resoluções que incluem a defesa da Petrobras, Reforma Política e Democratização da Comunicação. Confira abaixo a lista completa:


 


– Sensibilização das direções dos ramos e sindicatos sobre a paridade;


– Mapeamento da quantidade de mulheres na CUT;


– Cursos de formação para mulheres;


– Paridade nas delegações em todos os fóruns da CUT;


– Secretarias de Mulheres das Estaduais devem participar da coordenação dos CECUTs;


– Formação sobre o tema, para poder viabilizar a discussão de gênero nos sindicatos CUTista – com envolvimento de homens e mulheres;


– Lutar por creche nos sindicatos  e nas mesas de negociação;


– Pensar uma política de enfretamento contra o assedio moral e sexual no movimento sindical e no trabalho;


– Formação sindical – estruturar curso de formação na CUT sobre a luta feminista, abordando a luta das mulheres na CUT, com recorte racial;


– Implementação do Plano Nacional de Saúde Integral da Mulher.


 


 


Fonte: Fetamce


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